Cerca de 120 mil veículos não foram produzidos no Brasil por falta de chips

Constatação é da Anfavea, que prevê volume menor de vendas de automóveis neste ano
Segundo Anfavea, em torno de 100 mil a 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no Brasil no 1º semestre

Segundo Anfavea, em torno de 100 mil a 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no Brasil no 1º semestre | Imagem: Divulgação

Assim como a Fenabrave fez recentemente, nesta quarta-feira (7) foi a vez da Anfavea rever suas projeções de produção e venda para o mercado brasileiro.

Segundo a entidade que congrega as montadoras instaladas no país, 1.148.470 veículos (entre automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões) deixaram as linhas de montagem no primeiro semestre do ano, 57,5% a mais que os 729.269 do mesmo período do ano passado, quando todas as fábricas realizaram paradas de até dois meses. 

Na comparação mais justa, nas palavras da associação, com o primeiro semestre de 2019 (portanto antes da pandemia), houve uma retração de mais de 300 mil unidades, ou 22%. 

O principal problema que segue afetando a indústria é a escassez de microchips, componente altamente demandado por veículos modernos. 

"Estimamos que a falta de semicondutores tenha impedido que algo entre 100 mil e 120 mil veículos fossem produzidos no primeiro semestre. Esse problema afeta todos os países produtores e tem impedido a plena retomada do setor automotivo", explica o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. 

De acordo com entidade, a produção em junho foi de 166.947 unidades, a pior dos últimos 12 meses, em função das várias paradas de fábricas de automóveis ao longo do mês - situação que vem acontecendo desde o fim do primeiro trimestre. 

A baixa oferta de alguns produtos acaba se refletindo nos resultados do mercado interno, pontua a Anfavea. Nos seis primeiros meses de 2021, 1.074.173 automóveis e comerciais leves foram licenciados no país, 32,8% a mais que no mesmo período de 2020, porém 17,9% a menos que no primeiro semestre de 2019. As vendas de 182.453 veículos em junho recuaram em relação aos últimos dois meses. 

Caminhões em alta

Um setor que desponta como menos abalado pela falta de componentes é o de caminhões, destaca a Anfavea, favorecido pelo bom desempenho do agronegócio e do comércio eletrônico. A produção de 74,7 mil unidades no primeiro semestre é a melhor para o período desde 2014, da mesma forma que as 58,7 mil unidades licenciadas de janeiro a junho. 

Com os dados consolidados do primeiro semestre, a Anfavea estima que a produção total de veículos no país em 2021, que era estimada em cerca de 2.520.000 unidades (alta de 25% sobre 2020), foi reduzida para 2.463.000 (alta de 22% sobre o ano passado). 

Separando veículos leves e pesados, a alta na produção estimada 2021/2020 caiu de 25% para 21% no segmento de automóveis e comerciais leves, e subiu de 23% para 42% no caso de caminhões e ônibus. 

Já para as vendas internas, a expectativa agora é de 2.320.000 licenciamentos (elevação de 13% sobre o ano anterior), ante os 2.367.000 previstos em janeiro. Automóveis foram revistos para baixo, enquanto comerciais leves, caminhões e ônibus foram revistos para cima. 

Finalmente, as exportações foram revisadas de 353 mil para 389 mil na expectativa do ano, uma esperada alta de 20% sobre 2020, melhor que a elevação de 9% inicialmente projetada. 

Além das variáveis socioeconômicas [para as projeções], agora temos também de levar em conta a situação da pandemia, o ritmo da vacinação, a instabilidade política e essa crise global dos semicondutores, sobre a qual pouco podemos antever”, finaliza Luiz Carlos Moraes. A Anfavea destaca que uma possível restrição de fornecimento de energia elétrica não entrou nos cálculos da associação para as novas projeções.

Linha de produção da Stellantis em Goiana (PE)
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Imagem: Divulgação

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