Fernando Calmon

Engenheiro e jornalista especializado desde 21 de agosto de 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix na TV Tupi (RJ e SP) até 1980

Dica para o IR 2022: venda do carro com lucro exige atenção

Situação atípica do mercado exige atenção na hora da declaração do Imposto de Renda

Sofisticação, alta tecnologia e desempenho de tirar o fôlego estão reunidos no SUV elétrico BMW iX. Na versão de topo avaliada, xDrive 50, a potência combinada dos dois motores é de 523 cv e o torque total, de 78 kgf.m. Tração nas quatro rodas com distribuição de 60% para o eixo traseiro e 40% para o dianteiro assegura equilíbrio em curvas de raio curto ou longo. Aceleração de 0 a 100 km/h, no modo Sport, é feita em 4,6 s, surpreendente para um SUV de 2.510 kg de massa (620 kg só de bateria). O mais impressionante: verdadeiro salto à frente no vencer a inércia ao afundar o pé no acelerador.

Estilo frontal típico da marca mantém a clássica grade vertical dupla, mesmo sem função. Linha de cintura baixa e desenho moderno na traseira equilibram o conjunto.

Há uma minialavanca no console que inclui posição de frenagem regenerativa intensificada. Quando selecionada, é possível desacelerar na maior parte das situações de uso urbano sem tocar no pedal de freio, além, claro, de recarregar a bateria. Três metros de distância entre eixos oferecem muito espaço em especial para as pernas dos passageiros do banco traseiro. Os bancos dianteiros proporcionam suporte lateral perfeito e incluem alto-falantes (em todo o interior há 30).

A enorme tela multimídia de 14,9 pol. controla na prática quase todas as funções. Inclui comando por voz e até por gestos para aumentar e baixar o volume do áudio. Curiosamente pode-se usar um dos poucos botões do console para controlar o volume do áudio. Há acionamento elétrico da tampa do porta-malas de 500 litros (padrão VDA). Inclui reparador para furo de pneus, mas o iX é entregue com um estepe dentro de uma sacola incluído no preço, nada convidativo como todo elétrico, de R$ 799.950.

Alcance declarado de até 630 km está acima da média graças à bateria de 111,5 kWh. Fiquei atento para checar esse ponto. Entre São Paulo (760 m de altitude) e a Riviera de São Lourenço no litoral paulista foram 250 km (ida e volta). Regeneração máxima sempre acionada, mais de 90% da bateria carregada, alcance de 550 km indicado no computador de bordo. Rodei nos limites de velocidade na estrada entre 80 e 120 km/h. Cheguei ao destino com 410 km de alcance, ou seja, a descida da serra ajudou a regeneração.

Na volta, subindo a Serra do Mar até o mesmo ponto de partida o alcance final era 225 km. Entre descer e subir, portanto, houve uma diferença acentuada. Isso sempre acontece com carros elétricos. Uma situação exatamente inversa em relação aos motores a combustão cujo consumo é pior no para e anda do trânsito e melhor em velocidades constantes típicas de rodovias.

ALTA RODA

Seminário sobre Segurança e Conectividade, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), destacou dois itens que estão em fase mais adiantada de análise e proposta à Secretaria Nacional de Trânsito para adoção escalonada em veículos leves, começando pelos novos projetos. São os sistemas de frenagem de emergência avançada e de alerta de saída de faixa. Itens importantes, porém exigem alta escala de produção para o aumento de custos chegar diluído ao preço final dos automóveis que não para de subir. O limitado poder de compra do consumidor brasileiro também ter que ser levado em consideração.

Ford ampliou em 50% sua equipe de engenheiros e especialistas no Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, na Bahia. São 500 novas contratações em Camaçari e agora conta com 1.500 profissionais. Estes estão inseridos na rede mundial de pesquisa da fabricante, visando exportar patentes, softwares e tecnologias.

Montana que chega em 2023 receberá atualizações remotas de softwares de sua arquitetura eletrônica e de aplicativos da nova central multimídia integrada ao quadro de instrumentos. Atualizações remotas já estão em outros produtos Chevrolet. Em picapes leves é novidade.

Duster com o motor 1,3-L turbo, apenas na versão de topo Iconic, dá outra vida ao SUV da Renault. Além dos 170 cv (E)/162 cv (G), impressiona no dia a dia o torque de 27,5 kgf.m a apenas 1.600 rpm e continua nesse patamar até 3.750 rpm. Motor é tão elástico que nem precisaria que o câmbio automático CVT tivesse oito marchas. Câmeras para visão 360 graus e detector de ponto cego nos retrovisores contrastam com a oferta de apenas dois airbags no quesito segurança. Multimídia oferece conexão apenas por cabo, aceita Android Auto e Apple CarPlay e a tela, apesar de posição baixa, tem boa resolução.

Dica para quem preenche a declaração de ajuste anual do imposto de renda até o próximo dia 31. No ano passado os carros usados tiveram grande valorização porque a produção de veículos sofreu perdas em razão da falta de componentes em especial semicondutores. Veículos usados acima de R$ 35.000 estão sujeitos a pagar 15% de imposto sobre a diferença positiva (se houver) entre os valores de compra e de venda. Trata-se de uma situação rara, pois historicamente essa diferença era sempre negativa pela desvalorização natural ao se vender um modelo usado.

Renault Duster 2023
Acima detalhe do Renault Duster 2023 com motorização 1.3 turbo
Imagem: Divulgação

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