GM não vai mais fabricar carros na Austrália

Medida será colocada em prática até 2017 e faz parte de uma reestruturação global

Holdem não fabricará mais graças aos novos planos da GM | Imagem: Divulgação

A gigante norte-americana General Motors anunciou que deixará de produzir automóveis em solo australiano até o final do ano 2017. A medida chega em um momento de reestruturação da fabricante, após a mudança de presidência e modificações na configuração da empresa na Europa e na China.

A companhia alega que a valorização da moeda local, o alto custo de produção, o pequeno mercado doméstico e a intensa competitividade interna são os principais fatores que levaram a tomada da decisão.

A reestruturação não será boa para a Austrália. A Holden, subsidiária da GM no país desde 1931, diminuirá sua presença no mercado e se limitará a ser uma concessionária, além de um centro de distribuição de peças e um estúdio de design.
 
O fechamento das duas plantas do país, no subúrbio de Elizabeth e no Estado de Victoria, custarão diretamente 2.900 vagas de trabalho. Mas o risco de mais gente perder seus empregos continua. Diversos fabricantes de peças e outros componentes automotivos que empregam dezenas de milhares na Austrália correm riscos de serem extintos em breve.

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A General Motors não é a única fabricante automotiva a diminuir seus investimentos na Austrália. A Ford, no primeiro semestre, anunciou que fechará duas plantas no país em 2016. Rumores apontam que este é um possível caminho a ser trilhado também pela japonesa Toyota.
 
Mundo afora

A GM não está em um momento de calmaria. Na China, o maior mercado da empresa do mundo, a empresa trocou, agora em dezembro, sem muitas explicações, seu presidente regional depois que o antigo estava apenas há um ano no cargo.

Na Europa, a GM anunciou o fechamento da Chevrolet. A reestruturação, anunciada também em dezembro deste ano, vai fazer com que a multinacional trabalhe apenas com seus braços Opel e Vauxhall no continente, diminuindo a concorrência entre as marcas do mesmo grupo.

Mas a mudança mais significativa dos últimos tempos na General Motors foi à mudança de presidente. Pela primeira vez, uma mulher, Mary Barra, assumirá o comando de uma montadora global. A executiva será nomeada presidente-executiva em janeiro. A notícia foi dada também neste final de 2014, um dia após o governo norte-americano confirmar a venda da última fatia de ações que possuía da GM.
 
Em 2009 a empresa quase foi à falência e precisou de auxílio da justiça norte-americana para não quebrar. Nas diversas injeções de investimentos do governo estadunidense foram gastos mais de US$ 80 bilhões para sustentar a fabricante de Detrot.