Golf nacional pode deixar de ser produzido

Com segmento de hatches médios em queda, presidente da Volkswagen admite que modelo pode sair de linha no futuro, mas montadora reafirma que o Golf segue nos planos
Volkswagen Golf 2017

Volkswagen Golf 2017 | Imagem: AUTOO

Aguardado por tanto tempo no Brasil, a atual geração do Golf pode sair de cena a médio prazo por conta do desinteresse pelo segmento de hatches médios. É o que insinuou o presidente da Volkswagen em entrevista à revista Automotive Business: “se continuar assim com vendas muito baixas poderemos interromper a fabricação”, disse David Powels que esclareceu não existir nenhuma decisão tomada ainda.

Também conhecido como Golf 7 (da sétima geração), o hatch médio passou a ser importado da Alemanha em setembro de 2013. Era a realização de um antigo sonho dos consumidores, já cansados de ver a 4ª geração, lançada em 1999, permanecer à venda por tanto tempo.

Plataforma MQB, motor 1.4 TSI, câmbio de dupla embreagem, acabamento esmerado e dirigibilidade primorosa – além de economia e modernidade. O Golf era a síntese de um ótimo carro.

A recepção foi muito positiva com mais de 2 mil unidades emplacadas por mês, mesmo para um carro fabricado na Alemanha. Pouco mais de um ano depois, a Volks decidiu passar a trazer o Golf do México, onde começava a ser fabricado. E aí vieram algumas decepções.

Alguns detalhes de acabamento e equipamentos foram perdidos com a troca – o freio de estacionamento, por exemplo, passou a ser manual em vez de elétrico. Ao mesmo tempo, as vendas passaram a cair: em vez de quase beiras 2 mil carros, o Golf passou a vender a metade disso.

Motor de Fox

Foi quando a Volkswagen resolveu investir na fábrica de São José dos Pinhais para produzir o hatch no Brasil novamente, em conjunto com o A3 Sedan e Q3, da Audi. No final de 2015, o Golf VII brasileiro chegou às lojas com mais uma novidade ruim, o motor 1.6 MSI numa versão de entrada - propulsor que é usado em modelos menores como o Fox.

No ano passado, um acerto, a versão 1.0 TSI chegou às concessionárias unindo bom desempenho com economia. As vendas, no entanto, minguaram. Menos de 6 mil unidades foram vendidas no ano inteiro, um sintoma que atingiu todo o segmento de hatches médios. A triste realidade é que o consumidor trocou esse tipo de carro por SUVs compactos, uma tendência que parece só crescer.

Com esse cenário é de se reconhecer que a manutenção da produção do Golf no Brasil é um mau negócio, infelizmente. Em que pese todo primor técnico, o hatch médio (e todo o segmento) parece com os dias contados. Não é por acaso que apenas 2,4 mil unidades do Golf foram vendidas no primeiro semestre, número que significa a vice-liderança no segmento. Pena que esse “campeonato” já está bem longe da primeira divisão.

Ricardo Meier

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