Jeep prepara invasão no Brasil

Com chegada do Renegade em 2015, marca deixará de atuar somente no nicho de luxo para atingir também camadas mais populares

Jeep Renegade 2015 | Imagem: Divulgação

O Brasil foi um dos mercados mais beneficiados pela aliança entre os grupos Fiat e Chrysler. Dessa união nasceu o Fiat 500 “mexicano”, que chega ao Brasil isento de taxas de importação; surgiu o Freemont, uma variação simplificada do Dodge Journey com a bandeira da Fiat; e a rede Chrysler no País começou a receber suporte e investimentos da Fiat. Mas a maior jogada ainda está para acontecer.

A fábrica que a Fiat está construindo em Goiana (PE) vai iniciar seus trabalhos produzindo um carro da Jeep, uma das três marcas do grupo Chrysler. Esse veículo será o jipinho Renegade, que foi apresentado nesta semana no Salão de Pequim, na China. O modelo faz parte da estratégia global de crescimento para tradicional marca de veículos off-road, que com o novo produto chegará a consumidores de camadas mais populares.

A versão final do Renegade e desenvolvida especificamente para o Brasil já tem presença confirmada no Salão de São Paulo, em outubro, e seu lançamento comercial está programado para acontecer em cerca de um ano, segundo Adriano Rezende, diretor de marketing da Chrysler no Brasil. “Será o carro com conteúdo mais diferenciado na categoria e também com a melhor capacidade off-road”, adiantou Rezende, na primeira coletiva de imprensa sobre o carro no Brasil, em Campos do Jordão (SP).

Avaliação: Novo Grand Cherokee reforça tradição e modernidade

A marca já avisou que o Renegade brasileiro terá algumas diferenças no visual em relação ao modelo que será vendido na Europa e China, além de provavelmente adotar motores flex. A marca, porém, nega que o veículo terá uma versão para a Fiat, não ao menos para o mercado brasileiro.

A empresa, contudo, ainda não revela nenhuma informação técnica sobre o jipinho, tampouco informações de preço ou volume de vendas esperado. Em poucas palavras, Rezende resumiu que os volumes de produção da planta pernambucana serão “bem fortes” e a gama de versões do Renegade será “ampla” e “competitiva”.

Espera-se, portanto, um carro de grande volume, que brigará com modelos como Renault Duster, Ford EcoSport e Peugeot 4008, que já terá estreado no Brasil até a chegada do Renegade. Por conta disso, a Chrysler admite que vai precisar reforçar sua rede de concessionárias, atualmente com 42 pontos pelo Brasil.

Novo Cherokee chega no segundo semestre

Enquanto o Renegade não chega, a Jeep continuará sua atuação no segmento de luxo. A marca confirmou a chegada da nova geração do Cherokee, que foi recentemente lançado nos Estados Unidos e começa a ser vendido no Brasil no segundo semestre. A versão que vem para o País será equipada com motor 3.2 V6 de 271 cv e 32,9 kgfm associada ao novo câmbio automático de 9 marchas – será o segundo veículo no mundo com essa transmissão, depois do Range Rover Evoque. A marca, porém, ainda não divulgou o preço do veículo.

Inspiração na rival Land Rover

A nova fase da Jeep não é uma coincidência. Sergio Marchionne, o presidente do grupo Fiat-Chrysler, sempre viu na Jeep a marca global que a montadora italiana nunca foi. E mais: criadora do jipe original, a fabricante norte-americana até hoje não fez uso correto dessa imagem, embora tenha fãs capazes de justificar uma linha de roupas e acessórios própria.

Agora, a Jeep deve repetir uma estratégia de sucesso da sua maior rival mundial, a Land Rover. A montadora inglesa, também conhecida pelos modelos off-road, resolveu investir numa linha mais ampla e moderna com direito a uma espécie de submarca, a Range Rover. Dela surgiu o maior sucesso da marca, o Evoque, que mesmo custando caro, vende como nenhum Land Rover em toda sua história. Nesse contexto, o Renegade tem potencial para fazer ainda mais pela Jeep, a começar pelo Brasil.