Antes restrita a importadores, Abeiva agora reúne fabricantes

Renomeada como Abeifa, associação rival da Anfavea muda estatuto para ampliar atuação no País

Land Rover é uma das marcas da Abeifa | Imagem: Luciano Falconi

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) anunciou nessa terça-feira (28) uma mudança em seu estatuto que permite a entrada de empresas que já anunciaram a construção de fábricas no Brasil. Com a alteração, a entidade também mudou de nome e passou a se chamar “Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores” (Abeifa).

O intuito da Abeifa com a mudança é ampliar sua atuação no País e aumentar sua representatividade e influência para decisões governamentais, como isenções de impostos, assim como faz a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), entidade que reúne fabricantes já instalados no Brasil há 30 anos.

“Com as mudanças no cenário do mercado após a implantação do Inovar-Auto, que trouxe incentivos para a instalação de novas fábricas, entendemos ser importante que as empresas que anunciaram investimento em produção continuem como associadas da Abeifa, ao lado das empresas que seguirão exclusivamente como importadoras”, afirmou Flavio Padovan, presidente da Jaguar-Land Rover e também no comando da Abeifa, em encontro com a imprensa nessa semana.

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Todavia, Padovan garantiu que não há nenhuma intenção de confrontar a Anfavea. “As empresas terão total liberdade para escolher em qual delas poderá se associar, e até ser membros das duas ao mesmo tempo se assim quiserem”, afirmou.

Chery, JAC Motors e Jaguar-Land Rover, que já têm projetos de construção de fábrica no Brasil em andamento, foram as primeiras empresas importadoras a manifestarem a intenção de continuar na Abeifa. Audi e BMW, que também terão produção nacional, ainda não decidiram, assim como os fabricantes de caminhões Foton, Schacman e Sinotruk, recém-chegadas ao País.

Ser da Anfavea custa caro

Apesar dos associados a Abeifa não admitirem, uma das motivações para a mudança no estatuto da entidade são as altas taxas cobradas pela Anfavea de seus associados, que precisam desembolsar R$ 2 milhões para entrar no grupo, enquanto a associação rival cobra R$ 75 mil.

Além da alta taxa de admissão, a Anfavea também cobra uma taxa mensal das montadoras participantes baseada em seu faturamento. A Abeifa, por outro lado, não cobra mensalidade, mas rateia seus gastos entre os participantes.

Outro fator é a centralização do poder de decisões da Anfavea, que fica a cargo somente de GM, Fiat, Ford, Volkswagen e Mercedes-Benz. Desta forma, fabricantes como Renault e PSA Peugeot-Citroën, que são membros mais recentes da associação, têm menor influência.