Apenas 50 carros novos foram vendidos em Cuba em seis meses

Mesmo após derrubar restrições para cidadãos comuns, mercado cubano de veículos segue parado

Carros usados em Cuba remontam dos anos 1950 | Imagem: Getty Images

Seis meses após derrubar as restrições que proibiam a venda de carros zero km para cidadãos comuns em Cuba, o mercado de veículos continua estagnado e as ruas seguem dominadas por automóveis em condições precárias da década de 1950. Segundo reportagem da agência Reuters, nesse período foram emplacados apenas 50 carros e quatro motocicletas.

Como já era esperado, os altíssimos preços pedidos pelos carros novos e o baixo poder aquisitivo do povo cubano, que ganha em média US$ 20 (cerca de R$ 44,70) por mês, fez com que o mercado apresentasse resultados péssimos.

Em Cuba, um Peugeot 206 ano 2013, por exemplo, custa US$ 91 mil (R$ 203 mil), enquanto o sedã 508 chega a custar astronômicos US$ 262 mil (R$ 585 mil) – no Brasil, esse mesmo carro custa R$ 112.190, segundo a tabela de preços mais recentes da marca francesa no País.

Quando anunciou a medida de liberação, o governo de Cuba havia dito que 75% do valor obtido com as vendas seria investido em melhorias no transporte público. Nesse tempo, porém, as 11 concessionárias (de diferentes marcas) que operam no país caribenho conseguiram apenas US$ 1,28 milhões desde a implementação da nova regra, cifra insuficiente para realizar investimentos significativos.

Antes da restrição, só podiam comprar carros zero km em Cuba cidadãos comuns com autorização especial e membros da alta cúpula do governo. Segundo a fonte, a liberação beneficiou principalmente residentes estrangeiros no país e alguns poucos cubanos abastados.