Cuba abre o mercado para carros novos

Altas taxas, porém, fazem modelos de R$ 25 mil serem vendidos por mais de R$ 200 mil

Carros usados em Cuba remontam dos anos 1950 | Imagem: Getty Images

Os cubanos podem, pela primeira vez em mais de 50 anos, comprar um carro novo ou usado sem a necessidade de autorização especial. Mas, o que era para ser uma festa, logo se transformou em frustração, pois a implantação de altas taxas deixaram os preços dos veículos proibitivos.

A situação ocorreu após entrar em vigor, na última sexta-feira (03) a lei que permite a livre importação de veículos a preços de mercado. A medida ainda inviabiliza licenças disponibilizadas pelo governo que permitiam algumas pessoas com necessidades especiais há dirigir.

Para se ter um idéia do cenário, uma concessionária em Havana, segundo a agência Reuters, cobrava US$ 91 mil, cerca de R$ 220 mil, por um Peugeot  206 ano 2013. Já um Peugeot 508 estava à venda por nada menos do que US$ 262 mil, por volta de R$ 630 mil em cotações atuais.

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Quando se leva em consideração o salário médio do trabalhador cubano, percebe-se que as aquisições de veículos em Cuba são um problema sério. No país onde 80% da mão de obra ativa trabalha para o estado, o salário médio fica na casa dos US$ 20 mensais, algo em torno de R$ 50.

Raúl Castro, presidente de Cuba, anunciou que tomará as medidas cabíveis para lidar com o inconveniente. Com o lucro das vendas (as concessionárias do país caribenho são estatais), será criado um fundo como incentivo ao desenvolvimento do transporte público.

História

O país já havia realizado nos últimos anos mudanças nas legislações que regulam o mercado automotivo. Até 2011, apenas veículos que estavam em Cuba antes de 1959 podiam ser comercializados na ilha. Salvo alguns modelos russos, ainda da época da antiga União Sovietica, o país havia parado no tempo em relação ao universo dos carros.