BYD tem a faca e o queijo nas mãos para montar rede de recarga rápida no Brasil

Chinesa já vende aqui toda a estrutura necessária para isso, de carros a carregadores, passando por placas solares

A BYD abriu nova frente de negócios no Brasil na segunda quinzena de dezembro: por meio de sua divisão BYD Energy, passou a vender por aqui carregadores rápidos e ultrarrápidos (DC), com especificações que variam de 60 kW a 210 kW. A oferta inclui ainda carregadores lentos (AC), de 7 kW e 22 kW.

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Ou seja: agora ela tem o “ecossistema” (palavra da moda) de eletromobilidade completo em operação no Brasil: vende de carros
elétricos a carregadores rápidos. Apesar disso, a BYD ainda não montou uma rede própria de recarga pública ou semipública no país. Há ainda mais: a empresa também comercializa placas solares, igualmente de sua fabricação, o que significa que pode até mesmo montar eletropostos com captação de energia própria.

A BYD Brasil tem uma espécie de obrigação moral em montar uma rede própria de carregamento, no mínimo nos mesmos moldes do que já faz a Volvo. É o preço de seu sucesso. Afinal, apenas em 2023 a marca já vendeu mais de 8 mil carros elétricos no país, sendo mais de 5 mil deles do modelo Dolphin.

BYD Brasil tem uma espécie de obrigação moral em montar uma rede própria de carregamento, no mínimo nos mesmos moldes do que já faz a Volvo
BYD Brasil tem uma espécie de obrigação moral em montar uma rede própria de carregamento no Brasil
Imagem: Divulgação

E onde esses carros são recarregados quando estão circulando nas ruas? Na mesma infraestrutura já existente anteriormente, que atendia razoavelmente bem a um mercado total anual na casa das mesmas 8 mil unidades, contando todas as vendas de todas as marcas (resultado de 2022). A projeção para este ano é de 15 mil unidades e, para 2024, de 24 mil. Ou seja: serão quase 40 mil carros elétricos a mais em circulação no Brasil em apenas dois anos.

O resultado já é visível hoje: postos públicos e semipúblicos cheios, geralmente com fila de espera – muitas vezes elevada
desnecessariamente por motoristas que desconhecem boas e gentis práticas, como carregar no máximo até 80% da bateria, dado o tempo muito maior para ir deste índice até 100%, ou desocupar o equipamento após a recarga, além de não estacionar em vagas de recarga quando não estiver usando o carregador e outras tantas.

A única ação prática em termos de carregamento tomada pela BYD até hoje foi uma promoção por tempo limitado, iniciada na Black Friday, que ofereceu carregador tipo Wallbox grátis na compra de um carro elétrico da marca – e ainda assim com os custos de instalação por conta do cliente. É muito pouco para quem se intitula uma “greentech”, vende mais veículos elétricos do que todas as outras marcas somadas e, ainda por cima, tem a faca e o queijo na mão.

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