Chery venderá seus carros nos Estados Unidos e Europa, promete CEO

Yin Tongyue afirmou que marca chinesa chegará aos países da União Européia e aos EUA, mas não revelou um prazo para início das exportações
CAOA Chery Tiggo 8 2020

CAOA Chery Tiggo 8 2020 | Imagem: Divulgação

Um sonho acalentado há anos está prestes a acontecer. A Chery deverá estrear nos Estados Unidos e na Europa em breve, segundo revelou o CEO da marca, Yin Tongue nesta semana. O executivo, no entanto, não estimou um prazo para que isso ocorra, embora numa primeira fase seus automóveis devam ser exportados para esses mercados.

Atualmente, a Chery está presente em vários países na Ásia, África, Oriente Médio e América Latina. No Brasil, a montadora chegou em 2009 em uma parceria com uma empresa de Salto, mas decidiu estabelecer uma subsidiária no país e inaugurar sua fábrica nacional em Jacareí. Após um início desanimador, a fabricante chinesa decidiu se associar ao empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade e criar a CAOA Chery. Desde então, as vendas no Brasil se expandiram e hoje a marca figura como a 11ª mais vendida, à frente de vários medalhões como Peugeot e Mitsubishi.

Entretanto, disputar mercados na Europa e EUA é um desafio que até hoje praticamente nenhuma montadora chinesa ousou fazer. Exceto por algumas iniciativas isoladas, como a MG, uma marca britânica comandada por chineses, a venda de carros do país nunca foi vista como algo viável. As razões para isso são diversas e vão da falta de qualidade e segurança de muitos modelos à pouca tradição desses nomes. Para contornar essa possível rejeição, as marcas da China tem feito parcerias com empresas tradicionais e hoje já conseguem produzir veículos de nível bem elevado.

A própria Chery possui uma longa parceria com a Jaguar Land Rover, com direito à uma fábrica na China. Segundo, Tongue, ela está crescendo como nunca. Pode-se ir além e dizer que a Volvo leva algum DNA chinês depois que a Geely passou a ser sua controladora, mas é fato que essas fabricantes mais contribuem com os chineses que o contrário.

Marca premium

Para abrir caminho nesses disputados e, por que não dizer, saturados mercados é preciso "chegar por cima". Ou seja, lançar produtos de qualidade acima da média, mas com preços mais atraentes. Foi o que fizeram marcas como Toyota e Honda nos EUA e a Hyundai em várias partes do mundo. Tanto japoneses quanto sul-coreanos não eram levados a sério há 50 anos e hoje deixaram muitas montadoras antigas para trás.

Exeed TXL 2020
Exeed TXL 2020
Imagem: Divulgação

Pelo que tem feito recentemente, a Chery parece se inspirar nesses exemplos. O lançamento da marca premium Exeed, com dois SUVs de luxo, é uma espécie de ponta pé nessa estratégia e que teve início no ano passado ainda em mercados secundários. Mas a meta é levar os modelos TX e TXL para outras partes do mundo como a própria Europa. Na bagagem, tecnologia avançada de propulsão, graças à parceria com a JLR, e sistemas inteligentes desenvolvidos em conjunto com a gigante chinesa de TI Baidu.

Só é preciso saber como estará o clima entre Europa e EUA com os chineses após a pandemia do coronavírus ter acirrado os ânimos nos últimos meses. Se uma guerra comercial virar realidade, nem mesmo o melhor dos carros da China terá chance em qualquer desses novos países.

Ricardo Meier

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