Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis

Com Argo batendo recorde e Jeep à frente da Honda, FCA fecha novembro em alta

Hatch compacto da Fiat terminou mês em 3º lugar enquanto a Jeep assumiu a 8ª colocação no ranking de 2019

Há muito a FCA não tinha tanto a comemorar em apenas um mês. A controladora das marcas Fiat e Jeep, entre outras, terminou novembro com suas marcas atingindo marcos importantes nas vendas.

Um deles foi o 3º lugar do Argo no ranking de novembro. O hatch compacto bateu seu recorde histórico de vendas, com 8.270 unidades emplacadas, ficando à frente de modelos como o HB20, Kwid e o novo Onix Plus. No acumulado do ano, o modelo da Fiat ainda é o 7º mais vendido, porém, teve outro marco simbólico, superar a picape Strada no ranking interno e agora é o carro da marca mais emplacado no Brasil.

A boa fase do Argo surpreende primeiro porque dependeu um pouco menos do que se esperava nas vendas diretas (metade do volume) do que se esperava. É verdade que o modelo depende desse público, mas está bem atrás no ranking desse tipo de negócio que rivais como o Ka, Gol e Onix.

A Fiat tem ampliado a gama de versões do modelo, que agora vão do básico ao aventureiro Trekking, que acaba de ganhar transmissão automática. É fato que o Argo ainda não tem fôlego para disputar espaço com o líder Onix, como se poderia esperar da marca italiana, mas para isso será necessário que o modelo receba as aguardadas melhorias em motor e câmbio. A montadora já confirmou que produzirá motores turbo no país e cogita-se a estreia de uma transmissão automática nas versões 1.3 do hatch.

Histórico 8º lugar no ranking

Se o feito do Argo foi restrito a novembro, o degrau conquistado pela Jeep, não. A famosa marca americana de modelos off-road acaba de superar a Honda e assumir o 8º lugar no ranking de 2019. Trata-se de um marco já que a Jeep oferece basicamente dois modelos contra uma linha mais ampla da marca japonesa.

Até novembro, a Jeep acumulava 117.895 unidades emplacadas contra 117.773 da Honda, diferença de apenas 122 carros. Com uma margem tão apertada, é possível que a montadora japonesa reverta a situação, no entanto.

Ainda assim, é bastante simbólico o momento da Jeep no Brasil, uma marca que até o começo da década tinha uma presença extremamente discreta no país. Tudo leva a crer que ela ainda tem espaço para crescer, com novos modelos como o modelo de 7 lugares que será lançado em 2021.

Resta saber até onde a estratégia de focar no mercado de vendas diretas possa prejudicar seus modelos a médio prazo. Para chegar em números tão altos, a Jeep tem investido demais em negociações com frotistas e com o mercado PCD. O Renegade, por exemplo, teve 45,6 mil das 63 mil unidades emplacadas em 2019 negociadas em venda direta, nada menos que 72% do volume total. Espera-se que não seja uma “vitória de Pirro” para o grupo FCA.

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