JAC E-JS1: vale a pena comprar o carro elétrico mais barato do Brasil?

Tabelado em R$ 149.900, modelo já foi desenvolvido com "supervisão" da Volkswagen
JAC E-JS1 2021

JAC E-JS1 2021 | Imagem: Divulgação

Nesta semana o AUTOO teve o primeiro contato com o JAC E-JS1, compacto de apelo urbano que estreia em nosso mercado com o título de carro elétrico mais barato do país.

Tabelado em R$ 149.900, é claro que estamos falando de um veículo caro para a realidade brasileira, mas, sem sombra de dúvida, um valor muito mais convidativo do que os R$ 317 mil que a Chevrolet cobra na pré-venda do novo Bolt, assim como os R$ 204.990 necessários para você estacionar na garagem de casa um Renault Zoe na versão Zen, entre outros exemplos. 

Por R$ 150 mil você encontra carros a combustão maiores, mais potentes e refinados do que o E-JS1, entretanto o grande apelo dos carros elétricos no momento reside na questão ambiental. Por essa razão, os veículos com propulsão alternativa são, em grande parte, voltados a pessoas físicas ou jurídicas que querem demonstrar preocupação com relação ao clima bem como a pauta ESG, no caso do universo corporativo.

Interessante pontuar que, apesar do preço de aquisição elevado, os carros elétricos mostram-se bem mais competitivos em relação a um automóvel convencional do ponto de vista do custo de propriedade. 

Como a JAC brincou durante a apresentação da novidade, “encher o tanque” do E-JS1, ou seja, realizar uma recarga completa na bateria de 30 kWh do modelo custa R$ 26, já considerando a tarifa de energia elétrica na bandeira vermelha, atualmente aplicada devido ao cenário de escassez hídrica no país. O valor representa uma economia de 5,2 vezes no gasto com combustível em relação a um carro térmico de porte equivalente ao E-JS1. 

Em um cenário de normalidade tarifária, acrescenta a JAC, o proprietário do E-JS1 gastará em torno de R$ 6,24 a cada 100 km, um custo, segundo a empresa, 7,5 vezes menor em relação a um veículo convencional de proposta semelhante.  

Outro ponto importante vai para o custo de manutenção inferior de um elétrico, que chega a ser até mais de 6 vezes inferior ao de um carro gasolina ou flex. Como não é necessário realizar trocas de óleo, filtros ou outros componentes de um modelo térmico, as revisões em um carro elétrico resumem-se a inspeções pontuais no veículo, em especial no conjunto de suspensão e freios.  

A JAC ainda oferece 5 anos de garantia ao E-JS1, prazo consideravelmente superior a outros elétricos vendidos no Brasil.

Supervisão alemã

Projetado como um city car, o que chama a atenção no E-JS1, em especial por tratar-se de um carro elétrico, é o baixo peso de 1.180 kg. 

Geralmente o conjunto de baterias acarreta em um acréscimo considerável de massa em um automóvel, porém o time de design e engenharia da marca soube lidar muito bem com essa questão.

Projetado “com total supervisão da Volkswagen”, nas palavras da JAC, e integrando a oitava geração de carros elétricos desenvolvidos pela fabricante chinesa, a bateria principal do E-JS1 conta com exatos 30,2 kWh de capacidade e foi especialmente concebida para um modelo de pequeno porte. Ela ainda é baseada na tecnologia de células de fosfato de ferro-lítio, que são mais estáveis química e termicamente.

Ao volante 

Suficiente para sua proposta, o E-JS1 traz motor de 62 cv e 15,3 kgfm de torque. Com ele, o compacto acelera de 0 a 100 km/h em competentes 10,7 segundos e sua velocidade máxima é limitada em 110 km/h.

Em nosso primeiro contato com o elétrico, seu uso na estrada mostrou-se plenamente viável, sendo que, no ambiente urbano, o E-JS1 sente-se em casa.

Com apenas 3,65 m de comprimento e 1,67 m de largura, é fácil se deslocar a bordo da novidade da JAC, além de aliviar o estresse na hora de procurar vagas para estacionar.

Assim como constatamos no SUV E-JS4, a mão alemã também é percebida ao volante do E-JS1. Vale destacar que a Volkswagen assumiu uma participação acionária relevante na JAC, o que explica a notável melhora dos carros da marca nos quesitos técnicos e dinâmicos.

Por conta do estilo um pouco mais elevado da carroceria, a única ressalva é que o E-JS1 inclina-se um pouco além do recomendável em curvas mais fechadas, algo, entretanto, notado apenas em situações pontuais na estrada. 

O E-JS1 conta ainda com a função do freio regenerativo, que atua quando o pedal do acelerador é completamente aliviado, ajudando na recuperação de energia para a bateria e também na redução da velocidade do carro, poupando discos e pastilhas de freio.  

Com autonomia gravitando em 300 km, o E-JS1 está mais do que preparado para cobrir grande parte das necessidades de uso na cidade, sequer exigindo recargas constantes para isso. De maneira geral, dentro da proposta a qual espera atender, o city car mostra-se muito bem resolvido.

Interior e equipamentos 

Em linha com o preço elevado, o E-JS1 traz conteúdo interessante.

Merece destaque a presença de elementos como o freio de estacionamento com acionamento elétrico, além do console central em dois níveis, criando um ambiente mais sofisticado na cabine.

O hatch traz ainda revestimento interno de couro, controles de tração e estabilidade, sensor de estacionamento, controlador de velocidade de cruzeiro, luz de condução diurna em LED, entre outros.

Ponto positivo vai para a central multimídia com tela de 10,25” e ótima resolução, inclusive para as imagens da câmera de ré, outro item de série no modelo. O aparelho também oferece suporte ao Android Auto e Apple CarPlay. 

De maneira geral, o habitáculo do JAC agrada ao mesclar cores e texturas diferentes, afastando qualquer estigma de hatch compacto de entrada ou carro de baixo custo, algo que, convenhamos, ninguém espera encontrar em um carro de R$ 150 mil.

O que não figura entre os pontos fortes do E-JS1 é o espaço para as pernas dos ocupantes do banco traseiro, algo que o entre-eixos de 2,39 m deixa claro.

Sendo realista, é fato que um modelo como o E-JS1 é pensado para rodar somente com motorista e, quando muito, mais um passageiro. 

Apesar da segunda fileira de assentos não ser um local cobiçado no E-JS1, vale elogiar a presença do assoalho do carro pouco elevado na parte traseira, algo que nem sempre é visto em alguns elétricos por conta da acomodação das baterias. 

O porta-malas para 121 litros no JAC surpreende. No uso prático, ele nos pareceu maior do que a capacidade volumétrica declarada e permitiu acomodar algumas mochilas com tranquilidade, o que confere certa versatilidade ao simpático hatch elétrico.

Devo comprar?

Ao chegar às concessionárias com preço sugerido abaixo de R$ 150 mil, o JAC E-JS1 torna-se uma excelente porta de entrada ao mundo dos carros elétricos, o qual, aos poucos, começa a se desenvolver no Brasil.

Ao contrário de outros elétricos hoje à venda por aqui, como o Nissan Leaf e o Chevrolet Bolt, que oferecem cabines e porta-malas mais espaçosos, o JAC E-JS1 tem como foco o uso urbano e é comedido nas dimensões, algo que deve ser levado em conta. 

Com mecânica racional e buscando por máxima eficiência, o JAC tem desempenho e autonomia condizentes com sua proposta.

Em resumo, a novidade vale muito a pena se ela se encaixar dentro do perfil que você espera encontrar, muito provavelmente, em seu primeiro elétrico.

 

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