Marcas do grupo Stellantis têm 'explosão' de vendas no 1º semestre de 2021
Enquanto a Fiat mais do que dobrou emplacamentos, Jeep cresceu 90% e Peugeot, 150%. Média do mercado foi de 32%
A fusão entre os grupos FCA e PSA que deu origem à Stellantis não poderia ter um resultado melhor durante o 1º semestre de vendas conjuntas no Brasil.
Somadas, as marcas do conglomerado ficaram com um terço dos emplacamentos nos últimos seis meses ou mais de 320 mil veículos, o dobro de 2020, quando ainda não eram parte da mesma sociedade.
É um cenário bastante destoante do resto do mercado, que cresceu cerca de 14% apenas. As vendas no todo tiveram um crescimento de 32% no período, um percentual aparentemente elevado, mas que é calculado sobre os meses do início da pandemia, quando as vendas praticamente pararam.
A Fiat, como já se sabe, continua cada vez mais líder neste ano. Com quase 224 mil unidades vendidas, a marca mais do que dobrou os emplacamentos (105%). A rival Volkswagen, que estava à frente da montadora italiana em 2020, cresceu menos – 34% -, chegando a 167 mil unidades.
Atingida pela falta de componentes como nenhuma outra fabricante, a Chevrolet somou 124,5 mil veículos emplacados, uma queda de 7,3% em relação ao ano passado.
Peugeot vira “fenômeno”
A ‘explosão’ de vendas no grupo Stellantis também incluiu a Jeep, com 90% mais SUVs emplacados, e sobretudo a Peugeot. A marca francesa, que há anos amargava um ocaso no país, teve uma reação surpreendente desde que compartilhou o ‘expertise’ da Fiat.
De apenas 4.800 carros vendidos no 1º semestre de 2020, neste ano a Peugeot saltou para quase 12 mil carros, alta de impressionantes 149%, a mais alta entre os 20 primeiros colocados.
A Citroën, por sua vez, ‘só’ cresceu 33%, entre as marcas de maior volume, já que está numa entressafra de produtos.
Todo esse desempenho comercial, como já abordado por AUTOO, está apoiado nas vendas diretas, que o grupo usou e abusou em 2021. Resta saber o preço que será pago por essa estratégia de risco.
Ford perde 60% das vendas
No “mundo real”, o destaque vai para a CAOA Chery que cresceu 105% sem apelar praticamente para o atacado. Mérito em parte do lançamento do SUV Tiggo 8 e também do fato de a marca ter perdido muitos emplacamentos no ano passado.
Por falar em perdas, a decisão da Ford de abandonar a produção de veículos mais acessíveis no Brasil se refletiu numa queda de 59% nos emplacamentos.
A marca terminou o semestre apenas na 10ª posição e foi superada pela CAOA Chery, Peugeot e Citroën em junho. Sinal que o fundo do poço ainda não chegou.
Posição | Marca | 1º sem. 2021 | 1º sem. 2020 | Diferença | Variação |
---|---|---|---|---|---|
1° | Fiat | 223.773 | 109.070 | 114.703 | 105,2% |
2° | Volkswagen | 166.898 | 124.165 | 42.733 | 34,4% |
3° | Chevrolet | 124.511 | 134.344 | -9.833 | -7,3% |
4° | Hyundai | 95.410 | 63.302 | 32.108 | 50,7% |
5° | Toyota | 78.531 | 58.801 | 19.730 | 33,6% |
6° | Jeep | 73.245 | 38.539 | 34.706 | 90,1% |
7° | Renault | 69.665 | 59.960 | 9.705 | 16,2% |
8° | Honda | 40.160 | 34.310 | 5.850 | 17,1% |
9° | Nissan | 32.847 | 28.801 | 4.046 | 14,0% |
10° | Ford | 24.723 | 60.472 | -35.749 | -59,1% |
11° | CAOA Chery | 15.130 | 7.386 | 7.744 | 104,8% |
12° | Peugeot | 11.971 | 4.801 | 7.170 | 149,3% |
13° | Mitsubishi | 9.619 | 6.454 | 3.165 | 49,0% |
14° | Citroën | 9.157 | 6.892 | 2.265 | 32,9% |
15° | BMW | 6.505 | 4.593 | 1.912 | 41,6% |
16° | Mercedes-Benz | 4.837 | 4.595 | 242 | 5,3% |
17° | Volvo | 3.872 | 2.690 | 1.182 | 43,9% |
18° | Audi | 2.870 | 2.405 | 465 | 19,3% |
19° | Land Rover | 2.715 | 2.399 | 316 | 13,2% |
20° | Kia | 2.158 | 2.376 | -218 | -9,2% |
Mercado | 1.006.449 | 763.283 | 243.166 | 31,9% |