Anfavea: produção de veículos no Brasil recua 16 anos por conta da pandemia

Segundo a associação dos fabricantes, indústria automotiva sofreu redução de 31,6% em 2020
Jeep Renegade na linha de produção em Goiana (PE)

Jeep Renegade na linha de produção em Goiana (PE) | Imagem: Divulgação

Como era esperado, os números da indústria automotiva nacional foram fortemente abalados pelo cenário de emergência sanitária que sofremos no ano passado.

De acordo com os dados do fechamento de 2020 apresentados nesta sexta-feira (8) pela Anfavea, a queda na produção foi tamanha que fez o país recuar 16 anos em volume total de veículos produzidos no Brasil por conta da pandemia. 

A produção de automóveis e comerciais leves no país encolheu 31,6%, registrando 2.014.055 unidades em 2020. Com isso, a indústria automobilística nacional aponta para uma ociosidade técnica de quase 3 milhões de unidades. No ranking global, deveremos ser superados pela Espanha (dados provisórios), caindo para a nona colocação entre os maiores mercados do mundo. Já as exportações de 324.330 de unidades foram as piores desde 2002, um retrocesso de quase duas décadas. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da metade do que se exportou em 2017 (US$ 15,9 bilhões). 

Segundo a Anfavea, a produção de 209.296 unidades em dezembro foi uma boa surpresa, apesar de todos os desafios logísticos, das limitações de insumos e dos protocolos sanitários. "A indústria fez um grande esforço para atender a demanda, trabalhando aos finais de semana e suspendendo parte das férias coletivas, mas entra em 2021 com os estoques mais baixos de sua história, suficientes apenas para 12 dias de vendas", informa o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes. 

No acumulado do ano, os números apresentaram quedas acentuadas, mas não tão drásticas como se projetava no início da pandemia. A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio, destaca a Anfavea, ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram fechadas. As vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades entre carros de passeio e comerciais leves, queda de 26,2%, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira. 

O segmento de caminhões, impulsionado pelo agronegócio e pelo crescimento do e-commerce, foi o que teve as menores perdas entre os veículos, com queda de 11,5% nos licenciamentos em relação a 2019. Analisando os segmentos de forma isolada, os comerciais leves caíram 16%, automóveis 28,6% e ônibus 33,4%. Já as máquinas agrícolas e rodoviárias venderam 7,3% mais que no ano passado. 

Para 2021, a Anfavea projeta um crescimento de 15% nas vendas de veículos no país, em linha com as estimativas da Fenabrave também apresentadas nesta semana. Ainda de acordo com a associação dos fabricantes, as exportações devem crescer 9%, enquanto a produção pode registrar avanço de 25%. Índices, segundo a Anfavea, insuficientes para a retomada a patamares de 2019, pré-pandemia. Para máquinas, a expectativa é de crescimento de 7% nas vendas, 9% nas exportações e 23% na produção. 

"Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia. Infelizmente, observamos uma segunda onda da Covid-19 em países do hemisfério norte, que parece ter chegado também ao Brasil. E sabemos que uma imunização pela vacina será um processo demorado, que tomará quase todo o ano, impedindo uma retomada mais rápida da nossa economia. Some-se a isso a pressão de custos, as necessidades urgentes de reformas e surpresas desagradáveis como o aumento do ICMS paulista, e temos diante de nós um quadro que ainda inspira muita cautela nas nossas previsões", resume o presidente da Anfavea.

Linha de produção da VW em Taubaté (SP)
Linha de produção da VW em Taubaté (SP)
Imagem: Divulgação

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