Brasileiro procura por conectividade e estilo de vida nos carros
Consumidor já não vê em determinado modelo de automóvel um sonho de consumo, diz marca de acessórios americana
O automóvel como objeto de desejo já não é mais o mesmo. Se antes as pessoas buscavam determinado modelo para representar seu estilo hoje esse quadro não vale mais. É o que diz Norberto Klein, diretor da Mopar, divisão de acessórios do grupo FCA, que reúne Fiat e Chrysler.
A Mopar completou um ano no Brasil embora exista há 75 anos nos Estados Unidos. Transformada numa grife de personalização, a marca busca atender agora esse filão que está em alta no país. “O consumidor não é mais tão fiel a determinada marca ou modelo. O que ele quer é um veículo em que possa dar a sua cara”, explica Klein.
Em outras palavras, esses clientes têm comprado itens de conectividade e de estilo de vida. “O dono quer transformar seu carro e uma extensão da sua personalidade. Não é à toa que equipamentos como suporte para bicicletas, pranchas e até um extensor de caçamba para a picape Strada, estão entre nossos itens mais vendidos”, observa o executivo.
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Carro valorizado
Klein acredita que haverá uma inversão na percepção de valores que um carro personalizado tem atualmente no mercado: “Antes, as pessoas consideravam um carro com um toque pessoal como um problema, ao contrário do que ocorre lá fora, onde isso é valorizado”. Para ele, o crescimento do mercado de acessórios originais, que não interferem na garantia ajudará a mudar esse quadro.
O improviso, marca registrada desse trabalho, deve dar lugar a serviços profissionalizados e que não alterem o comportamento do carro mas, para isso, será preciso que a legislação evolua. “Veja só, apenas neste ano o governo regulamentou a alteração na altura dos veículos, que era proibida. Agora podemos rebaixar um automóvel sem que isso o torne irregular”, lembra.
O mercado de ‘after-market’ deve crescer bastante nos próximos anos, na visão da Mopar. Em um ano de atuação, a marca incrementou as vendas de acessórios na Fiat em 35%: “vendemos em média R$ 250 de acessórios em cada carro que sai das concessionárias”, diz Klein.
Grife de performance
A Mopar nasceu em 1937 para ajudar a Chrysler a vender anti-congelantes para radiadores, necessários para que os carros conseguissem funcionar no inverno do norte dos Estados Unidos. A divisão acabou herdando todo o serviço de acessórios e peças da montadora e viu sua imagem de destacar nos anos 60 e 70 quando começou a produzir kits de performance.
Depois de chegar à Jeep em 1987, quando a Chrysler adquiriu a famosa marca, a Mopar começou a trabalhar com a Fiat em 2012, logo após a junção dos dois grupos. Agora, a Mopar quer aproveitar a rede de concessionárias da Fiat no Brasil para expandir seus negócios fora dos Estados Unidos. Clientela não faltará: a marca já conta com quatro fãs clubes no país, dos 400 que existem no mundo.