Clio e Agile recebem nota zero em teste de segurança
Veículos à venda no Brasil voltam a apresentar péssimos resultados em avaliação de segurança; Seat León vendido no Chile recebe cinco estrelas
O Latin NCAP, braço latino americano da instituição europeia independente que promove testes de segurança em automóveis, divulgou nesta quarta-feira (24) o resultado de sua quarta fase de testes. Nesta bateria, foram priorizados modelos fabricados e comercializados no México. No entanto, entre os carros avaliados estão os hatches Renault Clio e Chevrolet Agile, que foram classificados com o pior desempenho na última instância da avaliação, ou seja, não atingiram nenhuma estrela nos testes de impacto realizados pela entidade.
O Agile avaliado pela instituição, fabricado na Argentina, não tinha airbags. No Brasil, o modelo é vendido com airbag duplo e ABS apenas na versão LTZ – isso mudará no ano que vem com a obrigatoriedade desses equipamentos para os veículos novos.
Os principais fatores que fizeram o Agile receber nota zero na categoria de proteção para adultos, segundo a entidade, foi que “os dummies - bonecos que são colocados dentro do veículo na realização dos testes - registraram esforços elevados no teste de impacto; resultado da instável estrutura do habitáculo do carro, expondo-se a área dos pés do motorista a maiores riscos”. No quesito de proteção à crianças, o modelo recebeu apenas duas estrelas.
Veja o crash test do Chevrolet Agile:
Já o Renault Clio foi ainda pior que o Agile nos testes de batida, pois além de não receber nenhuma estrela no quesito proteção para adultos, ganhou apenas uma quanto à proteção de crianças. Segundo a entidade, a baixa compatibilidade para a cadeirinha infantil e o fraco desempenho nos testes dinâmicos foram responspáveis pelo péssimo desempenho. Além disso, a estrutura do Clio foi qualificada como instável. Segundo o comunicado, as forças sofridas pelas cabeças dos dummies foram inaceitavelmente altas. O modelo avaliado também não possuía airbags.
Confira o video:
A falta de airbags das versões de entrada e a deficiente segurança das estruturas dos habitáculos foram as principais características que contribuíram para o desastroso resultado. “As estruturas dos habitáculos que se derrubam sobre os passageiros podem vir a ter consequências fatais em uma batida real. Esses carros com zero estrela são produtos de empresas que fabricam carros seguros de qualidade cinco estrelas para consumidores de outras partes do mundo por um valor acessível”, pontuou o Diretor Técnico do Global NCAP, Eng. Alejandro Furas.
Em meio a tantos resultados ruins, a quarta fase do Latin NCAP enfim avaliou um veículo com nota máxima. O primeiro carro testado pela entidade a alcançar cinco estrelas foi o Seat Leon, que é oferecido na América Latina em países como Chile e México. Equipado com 6 airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, freios ABS, entre outros recursos de segurança, o modelo da marca espanhola ainda conseguiu outras quatro estrelas em segurança para crianças, o que reforçou ainda mais a presença do carro no topo da tabela dos testes de segurança.
Últimos resultados da quarta bateria de testes do Latin NCAP
A quarta bateria de crash-tests do Latin NCAP ainda pôs a prova outros três carros, os Suzuki Alto e Celerio e o Nissan Tsuru, o outro nome adotado para a primeira geração do Sentra que ainda é oferecido no México. Do trio, o único que obteve um resultado positivo foi o Celerio, um hatch compacto. O modelo obteve quatro estrelas na avaliação. Já os outros dois veículos, a exemplo de Agile e Clio, também receberam nota zero no crash-test.
Neste ano, o Latin NCAP aumentou a exigência de seus procedimentos de teste. O sistema de pontos pune os veículos quando os dummies sofrem cargas que supõem uma lesão fatal.
Um carro cinco estrelas para adultos deverá, além disso, ser aprovado no teste de impacto lateral conforme regulamentação de 95 das Nações Unidas, bem como oferecer ABS e lembretes para cintos de segurança nos bancos da frente nos modelos padrão.
Como é feito o teste
Os ensaios de colisão frontal são realizados com o veículo a 64 km/h e o impacto é contra uma barreira deformável descentrada, que atinge somente 40% da frente do automóvel. Já o teste de impacto lateral é realizado com uma estrutura móvel que vai de encontro a coluna central do veículo a 50 km/h.