Confirmado: Fiat Chrysler quer fusão com a Renault

Negociação entre as empresas também pode repercutir na aliança franco-japonesa
FCA deseja fusão de 50 com a Renault

FCA deseja fusão de 50 com a Renault | Imagem: Divulgação

O assunto foi levantado ao longo do fim de semana passado pelo jornal Financial Times e, nesta segunda-feira (27), a Renault tornou oficial: seu conselho administrativo está reunido para avaliar uma proposta de fusão enviada pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

Segundo o breve comunicado emitido nesta manhã pela Renault, a FCA propôs uma fusão igualitária (50/50) entre as duas empresas, no caso a Renault S.A. e a Fiat Chrysler. 

“Após cuidadosa análise dos termos da proposta amigável da FCA, o conselho administrativo decidiu avaliar com interesse a oportunidade de combinação de negócios entre as duas empresas, preservando a identidade de produção do Grupo Renault e criando valor adicional para a Aliança”, declarou a Renault em comunicado. Ainda de acordo com os franceses, “uma declaração posterior será divulgada no curso devido para informar o mercado dos resultados das negociações, em acordo com as leis e regulações aplicáveis”.

Ao que tudo indica, de acordo com o conteúdo do texto da Renault, caso o acordo se concretize ele poderá culminar com a FCA também integrando a aliança estratégica hoje composta pela Nissan, Renault e a Mitsubishi. Se isso ocorrer, as quatro empresas, juntas, darão origem ao maior conglomerado automotivo do planeta, superando a Toyota e o grupo Volkswagen.   

Para a Renault, uma fusão com a FCA seria interessante na medida em que a Fiat Chrysler possui ampla atuação e conhecimento do mercado norte-americano e poderia abrir uma porta para a marca francesa explorar uma região onde hoje ela não atua. Fato é que, com os custos cada vez mais onerosos para o desenvolvimento de tecnologias, em especial para a aplicação em carros elétricos e autônomos, as fabricantes estão buscando parcerias para diluir esses investimentos e preservar parte do lucro. 

"Combinar os negócios vai unir forças complementares. A combinação criaria um portfólio de marcas que daria cobertura completa de mercado com presença em todos os segmentos-chaves, desde marcas premium e de luxo, como Maserati e Alfa Romeo, até as fortes marcas de acesso Dacia e Lada, e incluiria as muito conhecidas marcas Fiat, Renault, Jeep e Ram, assim como veículos comerciais. O Groupe Renault tem forte presença na Europa, Rússia, África e Oriente Médio, enquanto a FCA tem posição única nos segmentos de altas margens da América do Norte e é uma líder de mercado na América Latina. A capacidade em evolução da FCA em direção autônoma, que inclui parcerias com Waymo, BMW e Aptiv, são complementadas pelas décadas de experiência do Groupe Renault em tecnologias de veículos elétricos, sendo a fabricante mais vendida da Europa nesse segmento. O Groupe Renault possui ainda um bem estabelecido e rentável negócio de financiamentos (RCI Banque)", analisa a FCA. 

"A proposta da FCA segue as discussões operacionais iniciais entre as duas empresas para identificar produtos e regiões geográficas onde elas poderiam colaborar, particularmente à medida que desenvolvem e comercializam novas tecnologias. Essas discussões deixaram claro que uma colaboração mais ampla melhoraria substancialmente a eficiência do capital e a velocidade do desenvolvimento de novos produtos. O estudo da combinação entre as duas empresas também é fortalecido pela necessidade de tomar decisões ousadas para capturar em escala as oportunidades criadas pela transformação da indústria automobilística em áreas como conectividade, eletrificação e direção autônoma", revela a FCA em comunicado paralelo ao da Renault. 

"A combinação seria de alto valor agregado ao longo do tempo para os acionistas da FCA e do Groupe Renault, entregando um adicional estimado em €5 bilhões por ano em sinergias incrementais às já existentes na Aliança. Essas sinergias surgiriam principalmente da convergência de plataformas, da consolidação de investimentos em eletrificação e powertrain e dos benefícios de escala, incluindo a localização de fornecedores. A FCA estima, baseada em sua experiência, que aproximadamente 90% das sinergias viriam de economias em compras (~40%), eficiências em pesquisa & desenvolvimento (~30%) e eficiências em manufatura e ferramental (~20%). Incluído nessas economias estimadas estaria o potencial para reduzir o número combinado de plataformas de veículos em aproximadamente 20% e as famílias de motores em aproximadamente 30%. Espera-se que o total das sinergias estimadas seja alcançado ao final do sexto ano após o fechamento do negócio, com cerca de 80% sendo alcançado no quarto ano. Considerando-se o impacto de aproximadamente €3 ou 4 bilhões em custos acumulativos de implementação, estima-se que as sinergias seriam neutras em fluxo de caixa em um ano e positivas a partir do segundo ano em diante", explica a Fiat Chrysler. 

A meta, segundo a FCA, será tornar a empresa resultante da fusão a líder mundial em tecnologias de carros elétricos, marcas premium, SUVs, picapes e veículos comerciais com uma presença global maior e mais balanceada do que as companhias de uma forma isolada conseguiriam. "Os benefícios da transação proposta não se baseiam no fechamento de fábricas, mas seriam alcançados por meio de investimentos de capital mais eficientes em plataformas de veículos globais comuns, arquiteturas, powertrains e tecnologias", explica a FCA. "Sob os termos da proposta, os acionistas de cada empresa receberiam uma participação equivalente na empresa combinada, que teria sua matriz na Holanda. A diretoria dessa nova empresa seria inicialmente composta por 11 membros, sendo a maioria independente e com representação igual de quatro membros para a FCA e quatro para o Grupo Renault, bem como um representante da Nissan". 

“Se existe uma parceria, fusão ou relacionamento que nos faça mais forte então eu estou completamente aberto para analisar isso”, já havia declarado ao Financial Times há alguns dias o CEO da FCA, Mike Manley. Vamos aguardar qual será a resposta dos franceses frente à investida da Fiat Chrysler. 

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