Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis

Faz sentido a Honda vender dois HR-Vs diferentes no Brasil?

Marca japonesa confirmou que terá, além da nova geração do SUV global, também o que deverá ser a versão norte-americana, de dimensões maiores, e que foi registrada no país

A Honda surpreendeu o mercado nesta semana ao anunciar seus planos para os próximos anos no Brasil. Embora já fosse conhecida a intenção de produzir a nova geração do HR-V e a importação do Civic de 11ª geração (informação antecipada por AUTOO em primeira mão, diga-se de passagem), as novidades são mais amplas do que o esperado.

A grande sacada é mesmo a confirmação que a Honda terá dois HR-Vs vendidos no Brasil. Além do modelo apresentado no Japão e que também é vendido na Europa, a montadora decidiu trazer a versão norte-americana, de projeto diferente, mais amplo e potente.

Para não causar confusão na cabeça do consumidor, o HR-V dos EUA terá novo nome, ainda inédito, mas sua tarefa é mais do que óbvia, fazer frente às boas vendas do Corolla Cross, da Toyota.

Na semana passada, enquanto este colunista estava de férias, a Honda já dava sinais da estratégia ao registrar os desenhos industriais do HR-V norte-americano, um modelo de linhas mais esportivas e acertadas que o SUV global.

Desenhos industriais do Honda HR-V dos EUA registrados no Brasil
Desenhos industriais do Honda HR-V dos EUA registrados no Brasil
Imagem: Reprodução/INPI

Estreia em 2023

Resta saber se o veículo desenhado para o público dos EUA será significativamente maior e melhor que a segunda geração nacional do HR-V. A Honda ainda não divulgou detalhes técnicos do utilitário esportivo, apenas que ele utiliza a mesma plataforma do Civic de 11ª geração.

As fotos não ajudam a decifrar esse HR-V “plus”, que parece um veículo baixo e talvez de entreeixos mais longo, nesse caso uma característica apreciada pelo consumidor dos EUA. Outro ponto positivo é a suspensão traseira independente, sugerindo uma dirigibilidade mais refinada – item oferecido pelo rival da Toyota.

VEJA TAMBÉM:

O conjunto mecânico também é mistério, mas a Honda garante que ele terá respostas mais fortes – uma versão híbrida é praticamente obrigatória.

Previsto para estrear nos EUA entre junho e agosto, o SUV só chegará ao Brasil no ano que vem. Até lá será possível entender melhor seu potencial.

Se de fato continuar a ser produzido no México, o HR-V norte-americano poderá ser uma jogada bastante interessante no Brasil. Com a isenção de impostos, ele tem potencial para ser vendido com um preço competitivo, embora sem a mesma oferta que o Corolla Cross, um modelo nacional fabricado em Sorocaba.

Mas, pensando bem, nesse segmento talvez volume não seja algo a ser perseguido e sim manter uma boa margem de lucro em sua venda.

Acima detalhe do Honda HR-V RS comercializado no Sudeste Asiático
HR-V global será nacional
Imagem: Divulgação

Recomendados por AUTOO

Youtube
Dilema das picapes: Ranger XLS ou Titano completa?

Dilema das picapes: Ranger XLS ou Titano completa?

Modelos da Ford e da Fiat têm pacotes diferentes, mas preços próximos
Aviação
Mais um país recebe o maior avião brasileiro

Mais um país recebe o maior avião brasileiro

Embraer entregou o primeiro C-390 Millennium para seu terceiro cliente
MOTOO
Nova Bajaj 250 é pedra no sapato de Honda e Yamaha

Nova Bajaj 250 é pedra no sapato de Honda e Yamaha

Dominar 250 2025 tem pacote completo e preço atrativo, mas conjunto pesado; análise

Veja outras colunas

Será desta vez que o Corolla Cross baterá as vendas do Jeep Compass?

30/07/2024 07h20

SUV da Toyota tem superado rival por três meses consecutivos e estava 720 unidades atrás em emplacamentos até o final de julho

Nissan mira Corolla Cross e Toro com novos modelos para o Brasil a partir de 2026

28/06/2024 06h20

Marca anunciou lançamento de um SUV médio e de uma picape intermediária, além de confirmar a segunda geração do Kicks nacional

Picape Fiat Titano encosta nas vendas da VW Amarok

24/06/2024 06h40

Mas veículo montado no Uruguai continua afetado pela paralisação do Ibama, que está atrasando o licenciamento ambiental