Nissan investe em carros eletrificados no Brasil e não descarta Kicks híbrido

Japonesa confirmou a importação do Leaf a partir de 2019 para a América do Sul
Nissan Leaf 2018

Nissan Leaf 2018 | Imagem: Divulgação

A Nissan realizou nesta sexta-feira (9) em São Paulo o Nissan Futures, evento onde revelou algumas diretrizes da marca para o próximo ano incluindo a região da América Latina. Pelo que pudemos constatar na apresentação de executivos da marca, o caminho para o longo prazo da Nissan no Brasil e demais mercados locais reside em dois pilares: a eletrificação de modelos e o investimento em carros autônomos.

Como já era conhecido desde o fim de 2017, a Nissan confirmou que o elétrico Leaf chegará ao Brasil e mais sete mercados da América Latina, no caso Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Uruguai e Porto Rico. Também está em estudos, acrescenta a Nissan, a comercialização do Leaf em mercados como Peru e Panamá.

Segundo o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, o volume de vendas do Leaf em nosso país deverá pequeno quando ele for lançado em 2019, ocupando o posto de carro de nicho por aqui. “Hoje, considerando que nada mude em termos tributários, o Leaf custaria por volta de R$ 200.000. Nós queremos trazer o modelo por um preço agressivo, que não fique muito distante em relação a um carro equivalente com motor a combustão”, acrescenta o executivo.

Ainda de acordo com Silva, a Nissan não definiu se o Leaf será comercializado em toda a rede de concessionárias ou por meio de vendas diretas. “Tudo dependerá do preço que a gente conseguir para ele. Só então definiremos nossa estratégia de vendas”, explica o principal executivo da Nissan no Brasil.

O Leaf estreou sua nova geração em setembro de 2017 no Japão e traz um conjunto bem interessante. O modelo conta com autonomia na casa de 400 km e seu motor elétrico entrega cerca de 150 cv e elogiáveis 32,6 kgfm de torque. Com um porte de carro médio, o elétrico conta com 4,48 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,54 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Pela análise das dimensões, podemos dizer que o Leaf deve entregar bom conforto e espaço interno para cinco ocupantes. O porta-malas com 435 litros de capacidade também confere ao modelo uma boa vocação familiar.

O novo Leaf conta com as tecnologias ProPilot de condução autônoma e o ProPilot Park, este uma evolução do assistente de estacionamento capaz de controlar todo o processo de baliza do carro de forma automática.

Hoje em dia a segunda geração do Leaf é oferecida em 60 países e o modelo já soma 300.000 unidades vendidas ao redor do mundo desde que foi lançado em 2010, um número que não deixa de ser muito bom considerando a proposta do modelo.

O cenário de carros eletrificados e autônomos no Brasil e região

Durante o Nissan Futures, a fabricante japonesa apontou uma série de tendências relevantes para a América Latina como um todo. Dentre elas está o fato de que 90% da população local irá residir em ambientes urbanos por volta de 2020.

Já uma pesquisa realizada com 5.700 pessoas de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru revelou que 64% das pessoas consultadas estariam dispostas a comprar um veículo autônomo se o custo fosse semelhante ao de um veículo normal, enquanto outros 80% dos entrevistados estariam dispostos a comprar um veículo elétrico, uma vez que o consideram uma solução que contribui para a redução da poluição ambiental.

Pensando nessa boa aceitação dos latino-americanos envolvendo carros elétricos, a Nissan vai deverá investir fortemente nessa linha por aqui.

Além do próprio Leaf, uma das novidades que promete despertar grande interesse na região é o desenvolvimento de um Kicks híbrido, que, se concretizado, utilizará o sistema de propulsão e-Power. Com uma concepção um pouco diferente de um híbrido tradicional, o e-Power posiciona o motor a combustão apenas como um gerador de eletricidade para um conjunto de baterias de alta capacidade. A tração nos modelos equipados com o e-Power é realizada apenas pelo motor elétrico. 

Sem dúvida nenhuma, o Nissan Kicks equipado com o conjunto ganharia bem mais destaque inclusive no segmento, entregando uma eficiência ímpar dentro da categoria.

Questionado sobre a viabilidade do Kicks e-Power em nossa região, o presidente da Nissan do Brasil ainda se mantém evasivo. “Nós analisamos todas as possibilidades e um modelo com essa característica não está descartado”, declarou Marco Silva.

O que voltará a ser testado no Brasil, ainda nas palavras do executivo brasileiro, será o sistema de Célula de Combustível de Óxido Sólido, uma interessante tecnologia que permite extrair eletricidade de etanol puro ou de etanol diluído em água, portanto um projeto muito interessante para o mercado brasileiro. Ainda depende, contudo, de mais incentivos para que a Nissan torne o sistema viável para o país.

Já com relação à oferta de carros autônomos da Nissan em solo nacional, Marco Silva acrescentou que a tecnologia ainda precisa evoluir um pouco mais para lidar as variáveis do trânsito em nossa região. “Em 2022 os primeiros carros completamente autônomos começarão a circular no Japão. Eu estimo que, a partir desta data, ainda deverá levar em torno de 10 a 15 anos para que eles cheguem na América Latina. Mas tudo pode mudar, já que a tecnologia está evoluindo rápido demais e o prognóstico seja antecipado na mesma medida”, finaliza o presidente da Nissan do Brasil.

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