Os carros que faltam no portfólio das montadoras no Brasil

Por que a Volks não tem um SUV pequeno? E a Peugeot, um sucessor para o 207 Passion? Onde está o hatch compacto da Honda? Entenda a razão de algumas dessas ausências
Toyota C-HR 2018

Toyota C-HR 2018 | Imagem: Divulgação

O Salão do Automóvel acabou e com ele alguns sonhos também. Quantos modelos que só vieram a passeio no evento e outros que poderiam surpreender, mas que, por incrível que pareça, não existem. Eis aí um grande mistério da indústria automobilística, os carros que faltam nos portfólios das marcas no Brasil.

Vejamos o caso do utilitários compactos, febre no país (e também lá fora). Quem tem está comemorando, quem não tem ainda se prepara para lançar. E há até os que vão ampliar ainda mais a oferta. Mas a Volkswagen, acreditem, não atua na categoria e nem deu pinta de que vai ter isso tão cedo.

Culpa do planejamento de cada fabricante, que analisa o potencial de projetos e decide muito antes dele chegar ao mercado se vale a pena o investimento. Isso acaba dando margem a erros, é claro. Seja por excesso de zelo ou otimismo demais. Veja a seguir algumas lacunas nas principais marcas que atuam no país e qual a razão de não oferecem um concorrente nesses segmentos.

O SUV compacto da Volkswagen

Não é que a Volks não tenha pensando em lançar um rival para o EcoSport. O conceito Taigun apareceu em 2014, mas foi considerado muito pequeno para dar certo. É verdade que a montadora alemã, com toda bagagem técnica que carrega, poderia ter lançado um modelo na categoria há muito tempo, mas parece que agora a coisa é para valer. Uma nova família de compactos está sendo desenvolvida e inclui um SUV pequeno baseado no conceito T-Cross. Mas só deve chegar ao mercado em 2018, uma pena.

O hatch compacto da Honda

A Honda cansou de negar que o hatch Brio seria feito no Brasil. Lançado na Ásia, o modelo é baseado no Fit, o que facilitaria sua produção aqui, mas seria preciso mexer bastante no projeto já que o consumidor brasileiro prefere carros maiores e com porta-malas generoso – a Volks que o diga com o up! nacional. Resultado: até hoje, a montadora foge da ideia de disputar esse segmento concorrido, mesmo que sua rival caseira, a Toyota, tem se aventurado nele. Além do mais, o consumidor nacional anda preferindo outro tipo de carro, ou seja, é melhor esquecer o assunto.

O SUV compacto da Toyota

Por falar na rival da Honda, a Toyota fez uma ‘maldade’ no salão. Trouxe o conceito do jipinho C-HR para gente olhar, babar e chorar. Sim, ela nega a todo custo que o rival direto do HR-V seja vendido no Brasil. A desculpa é que ele usa uma plataforma nova, a mesma do híbrido Prius, e que é cara de produzir. Mas é melhor ficar atento porque a fabricante tem todas as condições de lançar um modelo assim aqui. A fábrica tem espaço e o pública da marca é fiel, mas é preciso esperar o lento planejamento japonês.

O sedã compacto da Peugeot

A Peugeot ousou um dia criar um sedã baseado no hatch 207, o Passion. O design não era essas coisas, mas a proposta até que agradava. Com a chegada do 208, a montadora abandonou o segmento, mesmo que exista um sedã baseado nele, o 301, vendido na vizinha Argentina. Nem isso animou os franceses a voltar a brigar nessa categoria por enquanto. Muito menos a irmã Citroën, que tem uma versão própria do carro.

O hatch médio da Citroën

Com seu estilo exótico e pegada ‘fashion’, a Citroën já quis surfar no segmento de hatches médios. Lá atrás vendeu o Xsara, um notchback de visual bacana, e não faz muito tempo trouxe o C4 ao Brasil, primeiro na versão VTR, com duas portas e visual inconfundível. Depois produziu o C4 hatch 5 portas na Argentina, mas o carro chegou tarde ao mercado e sofreu com a imagem arranhada dos franceses. O jeito foi deixar a categoria para o Peugeot 308 e vender um ou outro modelo da DS para não dizer que não está no mercado.

O SUV compacto da Fiat

Pois é, mais um SUV, mas a Fiat, ao contrário da VW, nem pode reclamar. A versão ‘Jeep’ do Fiat 500X está aí no mercado, o Renegade, vendendo muito bem. Mas que não seria mal ter o 500X aqui não seria mesmo. Os concessionários da marca italiana adorariam, mas por ora nada feito. Como dizem internamente na FCA, ‘SUV é coisa da Jeep’. Ah, tá bom, então chama ele de crossover e tudo bem.

A picape compacta da Ford

Houve um tempo em que Strada, Saveiro, Corsa Pickup e Courier brigavam pelo mercado de picapes pequenas no Brasil com certo equilíbrio. O tempo passou, a Fiat lançou um sem fim de versões da Strada e a categoria foi pendendo para os italianos. A Volks resiste bravamente enquanto a GM mantém a Montana em linha sem grandes ambições. Já a Ford aposentou a Courier e nada de pensar numa substituta. E não faltaram suposições que apontavam para um EcoSport picape ou uma nova Courier. Nada disso virou realidade e é pouco provável que ela volte ao segmento.

O monovolume da Nissan

A minivan Livina foi uma das poucas que conseguiu enfrentar o domínio do Fit no mercado brasileiro. Embora não seja uma minivan, o monovolume da Honda tem proposta familiar e um carisma com o público difícil de bater. Quando a Nissan lançou o Note no exterior, uma espécie de Fit sobre a base do sedã Versa, parecia a receita certa para enfrentar o rival nipônico, mas nada de o modelo aparecer por aqui. Em vez disso, a Nissan espertamente optou por lançar o Kicks, outro derivado da família, mas com maior poder de convencimento.

Sem novos modelos em suas linhas, os rivais que atuam nesses segmentos agradecem. Por enquanto.

Toyota C-HR 2018

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Volkswagen Taigun Concept

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