Ainda é cedo para avaliar reflexos da fusão PSA-FCA no Brasil

Consultamos as duas empresas para avaliar os impactos do acordo por aqui
Acima a fachada da fábrica da FCA em Goiana (PE), de onde sairão boas novidades para o mercado brasileiro

Acima a fachada da fábrica da FCA em Goiana (PE), de onde sairão boas novidades para o mercado brasileiro | Imagem: Divulgação

Certamente uma das notícias mais impactantes da semana foi o rápido acordo estabelecido pela Peugeot Citroën e a Fiat Chrysler para a união de seus respectivos conglorados, formando uma empresa que vai se projetar como a quarta maior do setor automotivo global.

A junção entre Fiat Chrysler e Peugeot Citroën deverá significar para a nova companhia um volume de vendas da ordem de 8,7 milhões de unidades, além de projetar uma economia na casa de 3,7 bilhões de euros dentro de quatro anos considerando os ganhos em escala desde a melhoria nas negociações de compra de insumos para a fabricação dos automóveis até os investimentos mais racionais no uso de plataformas, motores e transmissões para as diversas marcas que irão compor a nova empresa. 

Certamente a união entre FCA e PSA não deverá ser algo simples, mas as duas companhias citam suas experiências de sucesso em negociações desse tipo e ninguém pode negar que a aquisição da Chrysler pela Fiat na década passada resultou em uma empresa muito interessante e de amplo sucesso comercial.

Falando especificamente sobre o Brasil, o Autoo procurou as subsidiárias locais de Fiat Chrysler e Peugeot Citroën para saber se já existem mais detalhes sobre como o acordo pode influenciar nosso país.

Em suas respostas para a nossa reportagem, as duas fabricantes foram taxativas em afirmar que “ainda é cedo” para projetar como a parceria poderá influenciar o mercado brasileiro, até mesmo porque a união FCA-PSA ainda “será submetida ao processo de informação e consulta aos órgãos representantes dos empregados e estará sujeita às condições habituais de fechamento da operação, incluindo aprovações finais do Memorando de Entendimentos pelos conselhos de administração das duas empresas e acordo sobre documentação definitiva”, esclarecem.

Se não há nada concreto até o momento sobre as operações brasileiras de Fiat Chrysler e Peugeot Citroën em uma época pós-fusão, ao menos no comunicado inicial das duas gigantes automotivas ficou declarado que o acordo não contempla o fechamento de fábricas, o que, por si só, já é uma excelente notícia.

Hoje o interesse dos grandes conglomerados mundiais em realizar parcerias e fusões visa dar condições para que as empresas possam lidar com o complexo período de transição pelo qual passa o setor automotivo no momento, em que as empresas precisam lidar com os elevados custos para o desenvolvimento de carros elétricos, autônomos e outras tecnologias, sem perder o foco na atualização dos modelos atuais. Tudo isso leva a despesas e custos tão grandes que a saída para essas empresas reside em uma aproximação com algumas concorrentes para aliviar as pressões financeiras.

No caso da Fiat Chrysler, estamos falando, somente entre marcas que atuam no segmento de fabricação de automóveis, de um portfolio respeitável de empresas, tais como Fiat, Alfa Romeo, Maserati, Lancia, Abarth, Dodge, Jeep e Ram, além de sistemistas e companhias que atuam em variados setores do segmento automotivo. A PSA, por sua vez, tem sob sua tutela a Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall, entre outras empresas.

O conglomerado de origem francesa conta com modernas plataformas para automóveis compactos e médios, que inclusive contemplam a eletrificação dos mesmos, o que é um ativo bastante valioso hoje em dia. Certamente, caso a fusão entre nos trilhos e seja aprovada, poderemos ver um compartilhamento de tecnologias entre as fabricantes cada vez mais intenso, aproveitando os pontos onde cada uma delas se destaca, o que pode resultar em produtos ainda mais competitivos.

Hoje em dia a FCA encontra-se em uma boa posição no Brasil, sobretudo graças ao sucesso da marca Jeep e produtos vitoriosos no mercado como é o caso do Renegade e o Compass. Compartilhando a plataforma com a dupla, a Fiat Toro também é outro modelo de excelente aceitação que também é produzido em Pernambuco. Vale a pena lembrar que a Fiat também ganhará novo fôlego com a estreia, no curto, prazo de SUVs para sua gama adequados à proposta da marca. Além disso, os novos motores Firefly Turbo, que serão espalhados pela gama Fiat Chrysler nacional, também farão muito bem aos seus modelos.

A Peugeot Citroën, por sua vez, aposta cada vez mais na internacionalização de suas operações para ganhar mais relevância em mercados fora da Europa. Resta saber o que isso mudará caso a fusão seja aprovada. De qualquer forma, excelentes novidades estão previstas para o Brasil e região em breve, como os novos Peugeot 208 e 2008 produzidos na Argentina, além da futura picape média da marca do leão. Já no complexo de Porto Real (RJ), a Citroën prepara os sucessores de C3 e Aircross, frutos da nacionalização da nova plataforma da marca para veículos compactos. A dupla ainda promete custo-benefício competitivo.

Vamos aguardar os próximos passos da Fiat Chrysler e Peugeot Citroën em suas negociações, mas, certamente, podemos esperar um futuro muito interessante para a nova empresa que surgirá com o acordo.

Vista aérea da fábrica da PSA em Porto Real (RJ)
Vista aérea da fábrica da PSA em Porto Real (RJ)
Imagem: Divulgação

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