O que ocorre com a Ford no Brasil?

Empresa vai perdendo espaço para concorrentes como Renault e Toyota
Ford

Ford | Imagem: Divulgação

No ano em que celebra 100 anos de atividade no Brasil, marco que qualquer empresa gostaria de atingir, ao que tudo indica parece que não sabemos quais são os rumos que a Ford vai tomar no Brasil e região.

Enquanto a Volkswagen trabalha em um amplo plano de renovação de gama para o Brasil, investindo em produtos modernos e apostando em novos segmentos como o foco em SUVs que veremos daqui para frente, a Ford não nos fornece quaisquer perspectivas de uma retomada de investimentos seja no Brasil como na Argentina, país que, inclusive, deixa de produzir o Focus nesta semana.

Além da VW, outras rivais, como a GM e a Fiat Chrysler preparam uma boa leva de novidades para o mercado brasileiro, o que certamente vai esquentar a competição no segmento de hatches e sedans compactos, bem como entre os utilitários esportivos e picapes.

A Ford, que praticamente inventou o segmento de SUVs compactos com o EcoSport no início dos anos 2000, parece ter parado no tempo e hoje não encontra condições de renovar o modelo. É interessante destacar que o EcoSport foi um produto chave dentro da estratégia da marca para retomar a saúde de seus negócios por aqui naquela época.

Enquanto na Europa o Ford Puma deverá ser um sucessor do EcoSport por lá, aqui na América do Sul não vemos qualquer sinalização da marca para produzir o novo modelo aqui ou atualizar de uma forma mais profunda o EcoSport atual. Em sua segunda geração, o SUV compacto completará 7 anos de mercado em 2019, portanto atingindo o ciclo de duração médio de cada geração para um automóvel moderno.

Tivemos, recentemente, anúncios mais sólidos da marca aqui no Brasil, como início da produção do novo motor 1.5 de 3 cilindros bem como de uma nova transmissão manual de 5 marchas, porém falta para a Ford uma investida concreta em novos modelos para a região.

O fim da produção em São Bernardo do Campo (SP) ainda levou consigo os caminhões da marca bem como o Fiesta, modelo que já não contava com uma aceitação muito boa há alguns anos. Ele, assim como o EcoSport e o Focus tiveram a imagem manchada por aqui devido ao amplo histórico de problemas do câmbio de dupla embreagem PowerShift, algo que certamente afastou clientes desses modelos. A Ford, ao menos, tomou a sábia decisão de substituir essa caixa por uma transmissão de dupla embreagem no EcoSport a partir da linha 2018 do modelo.

Com tudo isso, a Ford, que até então era uma referência entre as fabricantes instaladas no país e formava uma das “quatro grandes” ao lado de GM, Fiat e Volkswagen, vem perdendo cada vez mais participação no mercado.

No primeiro quadrimestre do ano, ao considerarmos as vendas de automóveis de passeio e comerciais leves, a Ford cedeu o quarto lugar na participação de mercado para a Renault, que conquistou 8,8% de market share de janeiro a abril deste ano. A Ford, com isso, ficou em quinto lugar com 8,43% de participação. No topo do ranking figura a GM, com 18,02% do mercado brasileiro de carros e comerciais leves, seguida pela Volkswagen (14,49%) e a Fiat (13,6%).

Mesmo assim é bom a Ford ainda se manter atenta, uma vez que a Toyota, hoje em sexto lugar no ranking de participação de mercado com 8,35% dos emplacamentos, pode muito bem destronar a Ford do quinto lugar em breve. Devemos ter em mente que a Toyota ainda lança neste ano a nova geração do Corolla, modelo com ótima aceitação no Brasil e que certamente vai render um volume de vendas adicionar para a fabricante japonesa na época da chegada do modelo às concessionárias.

Logo, a Ford precisa urgentemente marcar sua posição no ano em que celebra 100 anos de atuação no Brasil, inaugurando uma nova fase no país. Talvez um eventual anuncio da produção local do Territory, SUV médio revelado como um dos destaques da marca no Salão de São Paulo 2018, já seria um bom começo para ventilar uma recuperação da confiança na fabricante por aqui. Vamos acompanhar o que se desenha no curto prazo para a empresa. 

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