Para voltar a crescer, Kia estuda fábrica no Brasil

Montadora sul-coreana não deverá aderir ao programa Inovar-Auto para importadores

Modelos da Kia | Imagem: Kia

Uma das marcas que mais perdeu espaço no mercado após o aumento do IPI para veículos importados, a Kia está numa encruzilhada no Brasil. Ou parte para um projeto de fábrica no país ou voltará a ser apenas figurante no mercado, como ocorria há cerca de dez anos.

A marca sul-coreana é, de longe, a que tem mais vendas entre as associadas da Abeiva, com cerca de 29% de participação. Por essa razão, a Kia não deverá aderir ao programa Inovar-Auto do governo brasileiro como importadora. Nessa versão, a empresa obtém um teto de 4,8 mil unidades anuais para venda sem os 30 pontos percentuais extras.

Veja também: Geely chega ao Brasil em agosto e planeja fábrica no Brasil

O problema é que a Kia esgotaria essa cota em apenas dois meses. Além disso, para fazer parte do programa é preciso destinar 1,5% do faturamento bruto menos impostos para um fundo que o governo criou com fins educativos. Como sua receita é alta, a contribuição superaria o ganho com a isenção dos veículos.

Fábrica no Brasil

A saída para voltar a crescer é apenas uma, construir uma fábrica no Brasil. Com uma unidade em construção no País, a Kia poderia de imediato ficar isenta do acréscimo do IPI bastando para isso apresentar um projeto com pelo menos 100 mil unidades/ano. Esse volume permitiria a ela vender 25 mil carros importados sem pagar os 30 pontos percentuais extras, dependendo do acordo que faria no Inovar-Auto. Ou seja, metade do que importa hoje.

Como é uma marca de volume, a Kia facilmente poderia ter uma fábrica ainda maior. Prova disso é que sua coligada, a Hyundai, construiu uma fábrica no interior de São Paulo que já opera quase no limite, em torno de 180 mil veículos por ano, devido ao sucesso da família HB20.

Conforme apurou o AUTOO, a Kia estuda atualmente essa fábrica exclusiva que, caso venha a ser confirmada, será um investimento 100% da empresa, sem compartilhamento com a Hyundai e nem mesmo a participação do grupo Gandini, que atualmente representa a marca sul-coreana no Brasil. No atual cenário, a decisão da fábrica não pode e não deve demorar a ser tomada.

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