Qual será o futuro do Volkswagen Golf em nossa região?

Modelo com muitas qualidades, futuro do hatch depende de uma melhora no volume de vendas
Volkswagen Golf 2017

Volkswagen Golf 2017 | Imagem: Divulgação

Sem exagero nenhum, o Volkswagen Golf é para os europeus o mesmo que o Volkswagen Gol representa para nós, brasileiros. Modelo com uma longa trajetória que supera 40 anos distribuídos em sete gerações, o hatch médio foi durante muito tempo o carro preferido das famílias europeias por conciliar espaço interno suficiente para três ou quatro pessoas, bom comportamento dinâmico e nível de equipamentos, dentre outras qualidades.

Particularmente aqui no Brasil e em nossa região, o Golf ao lado de modelos como o Chevrolet Astra já ocupou um papel de destaque quando a categoria de médios era vista como um segmento de produtos aspiracionais. Ele chegou aqui em sua terceira geração, porém, por uma falha na estratégia da VW, ficamos com um hiato de vários anos entre a quarta e a sétima gerações do hatch, vislumbrando apenas atualizações pontuais no modelo nacional. Alegando que os custos do Golf V e VI seriam elevados demais para os padrões brasileiros, vimos o Golf perder espaço por aqui na medida em que rivais como o Ford Focus se mantinham mais atuais.

Quando o Golf VII chegou ao Brasil ainda importado da Alemanha ele mostrou novamente ao público brasileiro todo o potencial desse excelente veículo. Equipado com o moderno e eficiente motor 1.4 turbo, câmbio de dupla embreagem com 7 marchas e inaugurando a plataforma modular MQB, o Golf VII reacendeu a chama dos brasileiros pelo hatch.

Só que novamente a Volkswagen encontrou um impasse no caminho. Com os primeiros clientes do modelo relatando problemas de barulhos constantes a bordo do hatch, a marca optou por fazer um “downgrade” com a nacionalização do hatch, substituindo a transmissão por uma caixa automática de 6 marchas convencional (mais robusta, porém não tão eficiente como a de dupla embreagem) e a suspensão também perdeu o sofisticado conjunto multibraço para as rodas traseiras em nome de uma configuração semi-independente por eixo de torção.

Outro ponto que a gente precisa abordar envolve o crescimento cada vez maior do público consumidor de automóveis na faixa de R$ 80.000 a R$ 100.000 por SUVs. Isso abalou em especial os hatches médios, station wagons, minivans e monovolumes e até mesmo os sedãs médios.

No caso específico do Volkswagen Golf é só olhar suas vendas. Em setembro, por exemplo, apenas 192 unidades do hatch foram emplacadas. Até mesmo o Mercedes-Benz Classe A, um modelo mais caro, obteve um desempenho melhor. No acumulado deste ano o Golf soma 3.300 unidades vendidas, número que fica bem abaixo do líder, o Chevrolet Cruze Sport6, que até o momento contabiliza 5.382 unidades vendidas até setembro.

O que pode dar um novo fôlego para o Golf é a estreia da linha 2018 do modelo e com isso o facelift para a sétima geração do modelo. A novidade já chegou na Argentina e deverá estrear nas concessionárias brasileiras talvez até o fim deste ano ou, no máximo, até o início do ano que vem.

De novidades mesmo o Golf 2018 estreia a nova geração da central multimídia da VW, com telas maiores dependendo da versão e do próprio modelo do aparelho. Mecanicamente nada deve mudar, sendo que talvez a versão GTI ganhe um leve aumento de potência. É bem possível, talvez, que a gama de versões do Golf brasileiro seja revista já que a versão 1.6 16V é pouco justificada e o hatch médio muito provavelmente deverá ganhar uma variante 1.0 TSI automática, combinação que estreou no novo Polo. 

A chegada da linha 2018 será um bom termômetro para ver se a aceitação do Golf ganha um respiro dentro do mercado e do segmento, já que a própria Volkswagen admitiu que, se os números não voltarem para níveis mais aceitáveis, a produção do Golf no Brasil deverá ser encerrada. O México, que chegou a enviar unidades da sétima geração para o Brasil, também poderá seguir o mesmo caminho.

Fato é que a Volkswagen vai adotar daqui para frente uma estratégia global focada cada vez mais nos utilitários esportivos e automóveis com propulsão elétrica e, nesse contexto, o Golf talvez siga em produção em mercados onde é mais consolidado como é o caso do europeu.

Para nossa região, falando de Brasil e Argentina, seria uma pena a retirada de linha do Golf, já que ele sem dúvida nenhuma é um modelo que ainda encanta e tem uma parcela de clientes ávida por um automóvel com suas características e estilo de dirigir mais esportivo em relação aos SUVs. Talvez falte para a Volkswagen melhorar o leque de versões e o custo-benefício do modelo, uma vez que não faltam qualidades ao Golf. 

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