Em até três anos, Citroën terá uma interessante gama de SUVs no Brasil

Talvez em uma tentativa de compensar os anos em que deu pouca atenção para o mercado brasileiro, a operação nacional da Citroën, agora sob gestão da Stellantis, fará de tudo para deixar o passado de lado. 

Como sabemos, a marca francesa já tem uma boa estratégia para recuperar sua participação de mercado ao investir na nacionalização do programa C-Cubed, dentro do qual a nova geração do C3 está presente. 

O hatch será lançado já nos próximos meses e, em 2023 e 2024, a Citroën confirmou que mais dois integrantes do projeto farão companhia ao novo C3 na fábrica da marca em Porto Real (RJ). 

Apurações recentes tanto do Autos Segredos quanto do Mobiauto sinalizam para o que pode ser o projeto CC24, que, desde o ano passado, a mídia especializada indiana cravava como um SUV. 

Segundo os colegas brasileiros, a investida da Citroën deverá contemplar um utilitário esportivo com 7 lugares, categoria que está ganhando cada vez mais relevância no mercado brasileiro considerando a boa aceitação que modelos como o Volkswagen Tiguan Allspace receberam desde sua estreia no Brasil, passando até por modelos recentes como é o caso do Jeep Commander e do CAOA Chery Tiggo 8. 

Preço como foco

Um grande diferencial que a Citroën poderá entregar, caso de fato entre no segmento de SUVs 7 lugares nacionais, deverá ser a aposta no custo-benefício competitivo aliado ao baixo custo de propriedade, duas premissas do programa C-Cubed. 

É fato que o Commander já posiciona muito bem a Jeep – e a Stellantis como um todo – em uma faixa de mercado superior, de olho em um consumidor que espera encontrar alto nível de acabamento e recursos de tecnologia avançados. 

Logo, a provável novidade da Citroën no segmento de SUVs 7 lugares poderia atender um cliente mais racional, provavelmente a mesma estratégia que a Renault seguirá com a nacionalização do modelo definitivo baseado no conceito Dacia Bigster. 

Considerando o porte e a capacidade de contar com três fileiras de assentos, faz sentido a apuração do Autos Segredos de que o SUV 7 lugares da Citroën poderá contar somente com o propulsor 1.3 GSE sob o capô, o mesmo que também é encontrado na gama Commander. Graças ao turbo, injeção direta e o comando de válvulas MultiAir, o sofisticado motor oferece até 185 cv de potência e ótimos 27,5 kgfm de torque. 

Hoje em dia quem deseja um carro 7 lugares nacional tem no Chevrolet Spin a única opção mais acessível. O monovolume tem preço sugerido de R$ 116.480 em seu catálogo Premier, faixa que seria interessante para a Citroën e a Renault posicionarem seus eventuais SUVs com três fileiras de assentos. 

Importante mencionar que, além do projeto CC24, o programa C-Cubed poderá contemplar, aqui no Brasil, ou um sedã ou um SUV compacto posicionado acima do novo C3. É mais provável, até mesmo pelas circunstâncias do mercado atual, que o utilitário esportivo tenha mais chances de sair do papel. 

Por fim, vale salientar que a Citroën pode iniciar seu movimento de eletrificação da gama de automóveis de passeio no Brasil talvez importando um modelo como o C5 Aircross, SUV de porte médio para grande (4,50 m de comprimento) que foi recentemente atualizado na Europa. O C5 Aircross conta com o interessante catálogo Plug-In Hybrid, que pode rodar cerca de 55 km em modo totalmente elétrico. 

Com isso, o portfólio da Citroën, que atualmente conta apenas com o C4 Cactus como única opção de veículo de passeio, se tornará muito mais interessante olhando para uma perspectiva de médio prazo. 

O próprio novo C3, posicionando sabiamente como um “big hatch”, será um ótimo pontapé inicial para a nova fase da Citroën no Brasil. Vamos acompanhar todas as movimentações de perto! 

Imagem: Kleber Silva/KDesign AG