Ex-brasileiros: carros nacionais que foram trocados por modelos importados

Embora raramente se traduza em bons resultados, algumas montadoras têm optado por encerrar a produção de automóveis no Brasil para trazê-los do exterior
Produzido na Argentina, novo 208 estreia em breve no Brasil

Produzido na Argentina, novo 208 estreia em breve no Brasil | Imagem: Divulgação

Apesar de ser um dos maiores mercados automobilísticos do mundo e de ter um parque industrial com uma capacidade de produção pelo menos duas vezes maior que a demanda, o Brasil ainda perde investimentos e modelos nacionais.

O mais recente caso foi o da Nissan, que decidiu trazer do México a nova geração do sedan Versa. Embora o modelo anterior, rebatizado como V-Drive, siga em produção, é pouco provável que ele mantenha um volume significativo de vendas daqui em diante.

A prática de trocar as linhas de montagem brasileiras por similares no exterior envolve uma série de fatores, entre eles, câmbio, acordos comerciais e ociosidade de algumas fábricas. Mas invariavelmente, isso significa queda nas vendas, o que mais causa estranheza nesse tipo de estratégia.

Recentemente, a indústria automobilística instalada no Brasil perdeu vários modelos importantes como a picape Frontier, o médio Cruze e o hatch compacto 208. Mas há também vitórias como a do novo Tracker, que deixou de ser importado do México para ser produzido em São Caetano do Sul.

Confira a seguir alguns modelos que nos últimos anos deixaram de ser brasileiros:

Chevrolet Cruze

A GM tinha tradição em produzir modelos de porte médio no Brasil desde o Monza. Com exceção de um breve período em que importou o Astra, a montadora sempre fabricou esse tipo de carro por aqui. Mas em 2015 preferiu investir na sua filial argentina para produzir a atual geração do Cruze.

Apesar de muito moderno e eficiente, o modelo, tanto na carroceria sedan quanto na hatch, tem emplacado muito menos do que a geração anterior, brasileira. Parte disso se explica pela perda de interesse dos consumidores, mas é fato que o Cruze nunca conseguiu encarar os nacionais Civic e Corolla.

Citroën Picasso

A minivan foi produzida em Porto Real na estreia da fábrica da PSA em 2001. Vendia bem, mas o segmento morreu e a Citroën não teve outra alternativa que não a de importar as novas gerações da Europa. Com isso, o modelo nunca mais foi acessível para os brasileiros.

Fiat Cronos

Quando pensou nos sucessores da família Palio, a Fiat resolveu mandar o sedan Cronos para a Argentina. A atitude não era estranha, afinal, a marca sempre complementou a produção dos modelos brasileiros no país vizinho, mas o Cronos deu azar. Com a crise econômica de longa data, a fábrica de Córdoba não consegue oferecer um produto tão competitivo quanto o Argo (feito em Betim). Até setembro, o sedan havia vendido pouco mais de 64 mil carros, ou um terço do irmão.

Nissan Frontier

A picape média já era produzida há muitos anos no Paraná quando a Nissan optou por levá-la para a Argentina, uma das ‘mecas’ desse tipo de veículo. A estratégia era mais ambiciosa, já que previa uma versão da Renault (a Alaskan) e também uma adaptação para a Mercedes-Benz, a finada Classe X. O resultado foi decepcionante: as vendas em 2019, as melhores até aqui, equivalem a menos da metade de 2012, pico de emplacamentos do modelo nacional.

Nissan Versa

A vinda do Versa mexicano é até compreensível. O modelo não paga impostos de importação e lá pode ser exportado para outros mercados. Com a saída do sedan, a Nissan deve produzir em Resende o Magnite, um mini-SUV que ficará abaixo do Kicks.

Peugeot 208

Depois de produzir o 206 e o 207 no Brasil, a Peugeot não titubeou em lançar o 208 como modelo nacional. Mas embora tenha sido um bom produto, o hatch nunca mostrou a que veio. Até teve um começo razoável, porém, as vendas têm declinado ano após ano. Por razões pouco claras, a PSA achou melhor levar a linha de montagem da nova geração para a Argentina, de onde passou a ser importado em setembro. Ainda é cedo para saber se isso vai resolver a pouca atração do modelo.

Volkswagen Golf

O famoso hatch médio teve uma vida atribulada no Brasil. Nos anos 90 e começo de 2000 era uma referência no mercado, mas a Volks parou de trazer as novas gerações, mantendo o modelo de 1999 em produção no Paraná. Só depois de perder a 5ª e a 6ª geração, nosso país voltou a ver um novo Golf, o modelo VII, que estreou vindo da Alemanha. Tempos depois, passou a ser importado do México e finalmente produzido no Brasil. Mas aí os ventos mudaram e o hatch virou um imenso fracasso. Hoje só é importado da Europa na versão GTE.

Caminho inverso

Volkswagen Jetta

O irmão do Golf não gostou dos ares nacionais. O sedan chegou a ser produzido em São Bernardo entre 2015 e 2016, mas já estava no fim da vida útil da geração, antes trazida do México. E foi de lá que a atual geração veio para fazer o modelo voltar a vender bem.

Chevrolet Tracker

O Tracker é um raro caso de modelo que foi nacionalizado recentemente e com enorme sucesso. Ajuda o fato de o segmento de SUVs compactos estar em alta, mas a nova geração é uma evolução considerável para a anterior, produzida no México. Espera-se que casos como o dele voltem a ser comuns no futuro.

Produzido na Argentina, novo 208 estreia em breve no Brasil

Produzido na Argentina, novo 208 estreia em breve no Brasil

Nissan Frontier equipada com a nova linha de acessórios

Nissan Frontier equipada com a nova linha de acessórios

Recomendados por AUTOO

Youtube
Fiat Fastback Abarth

Fiat Fastback Abarth

SUV Cupê tem veneno na medida certa
Aviação
Áustria terá ajuda da Holanda para comprar seus Embraer KC-390

Áustria terá ajuda da Holanda para comprar seus Embraer KC-390

Rival do Hercules deve chegar ao país da Europa em 2027
MOTOO
Veja os preços da nova Zontes 350!

Veja os preços da nova Zontes 350!

Novas T350, T350x, R350 e V350 aparecem em site da empresa