O que esperar dos inéditos SUVs da Fiat no Brasil

Marca terá ''de dois a três'' SUVs nacionais até 2024, esclarece presidente da FCA para a América Latina
FCA investirá R$ 16 bilhões no Brasil até 2024: portfólio de produtos será bem interessante

FCA investirá R$ 16 bilhões no Brasil até 2024: portfólio de produtos será bem interessante | Imagem: Divulgação

Para quem acreditava que, dentro do universo da Fiat Chrysler, apenas a marca Jeep teria direito a lançar SUVs no mercado – até mesmo por conta do legado que a fabricante ostenta dentro do segmento – o conglomerado ítalo-americano provou que não.

Durante a coletiva de imprensa para anúncio da nova fábrica de motores em Betim (MG), o presidente da FCA para América Latina, Antonio Filosa, anunciou que podemos esperar novidades importantes para a marca de origem italiana. “Entre o cronograma de 24 novidades até 2024, teremos de dois a três SUVs da marca Fiat. Eles serão inspirados pelo conceito Fastback, revelado no Salão de São Paulo 2018”, antecipou o executivo.

Vale a pena destacar que as 24 novidades não dizem respeito a carros completamente novos, mas também englobam séries especiais e atualizações dos modelos atualmente em linha. Sabe-se que os novos utilitários esportivos da Fiat serão fabricados em Betim (MG), que terá condições de sobra para desenvolver e produzir esses carros graças ao aporte de R$ 8,5 bilhões já confirmado para a sede da FCA no Brasil. Mas, tomando como base as declarações do chefe da companhia para a região, quais tipos de SUVs podemos esperar para a linha Fiat no médio prazo?

SUV 1: a alternativa óbvia

Como já abordamos aqui no Autoo, há um bom tempo é aventada a criação de um SUV derivado da Toro, picape de extremo sucesso no mercado brasileiro. É mais do que óbvio a Fiat pegar carona na boa aceitação da Toro e criar um derivado amplamente baseado na picape.

O conceito Fastback, é bom que se diga, sempre foi tratado pela própria Fiat muito mais como um estudo para ditar tendências de design para a fabricante do que antecipar um novo produto em si. Da dianteira do Fastback, por exemplo, já podemos extrair muitos detalhes sobre o visual do facelift que a Toro vai receber em 2020. Essa mesma dianteira também deverá figurar no SUV derivado da picape, com uma ou outra modificação apenas para conferir uma certa identidade aos dois veículos.

Se serve apenas de uma fonte de inspiração para o próximos carros da marca, não é correto afirmar, portanto, que o SUV da Toro terá ares de cupê como o Fastback. Muito pelo contrário. São cada vez mais fortes as apostas de que o SUV derivado da picape adotará um perfil mais tradicional, com uma carroceria de traços verticais e elevados, oferecendo amplo espaço para passageiros e bagagens.

Considerando que a Fiat Toro e os Jeep Renegade e Compass compartilham a mesma plataforma, a FCA terá bastante flexibilidade para delimitar o tamanho de seu futuro SUV produzido em Minas Gerais. O modelo, quem sabe, pode estabelecer uma ponte entre o Renegade (4,23 m de comprimento) e o Compass (4,41 m), adotando um caráter mais urbano e deixando as configurações diesel 4x4 mais parrudas para a dupla da marca norte-americana. Certamente, até lá, o SUV derivado da Fiat Toro será beneficiado pela inclusão no mercado dos motores 1.3 e 1.0 da gama Firefly Turbo nacional.

SUV 2: na onda dos CUVs

Como escrevemos no parágrafo anterior, os futuros SUVs sob a chancela da marca Fiat certamente permanecerão com o caráter mais urbano típico da marca italiana. Talvez não há melhor escolha para a Fiat, seguindo esse perfil, a não ser entrar de vez na onda dos CUVs (Crossover Utility Vehicles), como algumas montadoras gostam de chamar os aventureiros derivados de carros de passeio. É dessa forma que a Ford classifica o Ka FreeStyle, por exemplo, bem como podemos encaixar nessa linha o Honda WR-V, CAOA Chery Tiggo 2, JAC T40, entre vários outros.

A Volkswagen entrará no segmento com um modelo amplamente baseado no Polo, porém conferindo a ele uma identidade visual e um nome próprios, nos moldes do que a Honda promoveu com a dupla Fit e WR-V.

Para a FCA, não seria difícil adotar um caminho semelhante uma vez que vários rumores da mídia especializada internacional dão como certo o desenvolvimento de um “baby Renegade” por parte do grupo. Logo, a FCA aqui no Brasil poderia adaptar esse projeto para um CUV com o logotipo da Fiat na grade dianteira. Como o futuro Jeep 7 lugares nacional será o quarto modelo produzido em Goiana (PE), um modelo abaixo do Renegade para a marca Jeep aqui no Brasil não parece algo que podemos vislumbrar no longo prazo, o que abre caminho para a Fiat pegar carona no projeto.

Uma boa alternativa para quem deseja um automóvel com um visual mais robusto em relação a um hatch compacto, mas também não quer gastar tanto em um SUV compacto, os CUVs despontam como um nicho bem interessante no mercado e não por acaso várias fabricantes estão de olho nessa oportunidade que se abre. A Hyundai, por exemplo, já comercializa o Venue na Índia, produto situado abaixo do Creta em termos de tamanho e preço e que é um ótimo representante do que almejam os CUVs.

(Possível) SUV 3 – um utilitário esportivo compacto voltado para a cidade

Quem visitou o Salão de São Paulo 2018 notou que, de uma forma discreta, a Fiat exibiu ali uma unidade do 500X apenas em caráter demonstrativo, para, como as fabricante explicam, “testar a reação do público”. Na época, alguns executivos declararam que a importação do modelo ao Brasil até era cogitada, porém dependia de uma cotação do Dólar próxima da casa dos R$ 3,30, algo que hoje, convenhamos, parece distante.

De qualquer forma, o 500X é uma boa mostra do que um SUV da marca Fiat deve ser: com uma receita bem semelhante à do Peugeot 2008, por exemplo, ele parece muito mais uma station wagon com maior altura em relação ao solo do que um utilitário esportivo propriamente dito. Talvez, quem sabe, uma eventual nacionalização do 500X possa ser aventada pela Fiat. O modelo seria uma interessante alternativa ao Jeep Renegade na faixa de preço dos SUVs compactos ao adotar um caráter voltado ao uso preferencialmente na cidade, dispensando a robustez da tração integral presente nas versões diesel do Renegade.

Quem sabe a Fiat até use como base o 500X para criar um modelo inédito para o Brasil, algo que precisamos esperar alguns meses adiante para saber quais serão os rumos da marca. Fato é que a Fiat Chrysler, ao investir R$ 16 bilhões no Brasil, tornará sua gama nacional muito competitiva e vai colher bons resultados em breve. Olhando para o setor, também vale salientar os esforços da GM Mercosul para renovar sua linha, bem como o trabalho da Volkswagen, que terá lançado no Brasil 20 novidades até o fim do próximo ano. O mercado – e nós, consumidores – saudamos sempre a concorrência!

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