GM deixar o Brasil? A história não deve ser simples assim

Fabricante opta por não se manifestar sobre assunto polêmico
Fachada do Centro Tecnológico da GM em São Caetano do Sul, São Paulo

Fachada do Centro Tecnológico da GM em São Caetano do Sul, São Paulo | Imagem: Divulgação

Um dos assuntos que deu o que falar no fim de semana passado foi um e-mail enviado pelo presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, informando a todos os funcionários da empresa que a subsidiária brasileira “não pode repetir em 2019 o prejuízo agregado significativo registrado no período de 2016 a 2018”.

Ainda de acordo com o e-mail, Zarlenga apela para que “governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores” apóiem o “plano de viabilidade que foi apresentado para a liderança global da empresa em Detroit” e ainda completa que a GM Mercosul “vive um momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de TODOS (grafado em maiúsculas no e-mail)”.

Em tom mais alarmista, Zarlenga também cita algumas declarações da presidente e CEO global da GM, Mary Barra, de que a empresa consideraria deixar a América do Sul se o país não se recuperasse de seu momento “muito crítico”.

Procurada pelo Autoo, a GM Mercosul informou apenas que não vai se manifestar sobre esse assunto. 

Analisando o passado recente da GM na região, é no mínimo difícil de entender as declarações do presidente da empresa. Vale a pena destacar que a Chevrolet encerrou 2018 como a marca mais vendida do mercado brasileiro. 

A companhia confirmou ao menos 30 novidades para nosso mercado até 2022, sendo que, desse total, 20 delas serão lançamentos de produtos totalmente novos, como os sucessores de Onix e Prisma. O hatch compacto, por sinal, é há quatro anos o carro mais vendido do Brasil.

Para o desenvolvimento desses novos produtos e preparar o início da produção por aqui, a empresa somará um investimento de R$ 13 bilhões até o fim de 2020 no Brasil. Em fevereiro de 2018, a GM inaugurou as melhorias que fez em sua fábrica de Joinville (SC) para a nacionalização de um novo motor que vai figurar em grande parte desses novos modelos, o que por si só consumiu R$ 1,9 bilhão e quadruplicou o tamanho da planta catarinense.

Também no mesmo mês de 2018, a GM Mercosul fez questão de divulgar na imprensa a cerimônia para inaugurar as melhorias e atualizações que promoveu em sua sede em São Caetano do Sul (SP), que recebeu outros R$ 1,2 bilhão.

Por fim, também é bom levarmos em consideração que, se a empresa considera o ambiente de nosso país tão árido para seus negócios, por qual razão então confirmou neste mês que em breve teremos por aqui os frutos de sua “nova família global de veículos de alto volume”? 

Enquanto a GM Mercosul opta por não esclarecer o conteúdo do e-mail de seu principal executivo, fica um clima suspeito no ar, em especial se levarmos em conta que a CEO global da empresa deverá se reunir dentro de alguns meses com autoridades brasileiras para discutir os rumos da companhia por aqui e, muito provavelmente, barganhar alguma vantagem financeira.

Só nos resta esperar e acompanhar de perto os próximos capítulos dessa novela iniciada pela GM Mercosul por aqui... 

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