Fim da produção nacional em breve: relembre a história do Honda Civic no Brasil
Sedã médio foi o primeiro carro fabricado pela Honda no país e virou uma das referências dentro da categoria
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A sexta e a décima gerações do Honda Civic: passado e futuro reunidos na pista | Imagem: Divulgação
O Honda Civic é um dos carros mais importantes da história da marca japonesa. Produzido desde 1973, o modelo já está na 11ª geração no exterior e acumula mais de 30 milhões de unidades fabricadas desde a sua criação.
E ele também foi importante para a Honda no Brasil, já que foi o primeiro carro feito pela empresa no País, cuja produção teve início em 1997.
Esta história de quase 25 anos de produção brasileira pode estar próxima do fim. Como o AUTOO apurou com exclusividade há cerca de um ano, o Civic deixará de ser produzido no Brasil em sua atual 10ª geração.
Sem o médio, restaria o City como único sedã nacional da Honda, sendo que a nova geração do três volumes deve estrear no próximo ano, trazendo também a inédita carroceria hatch.
Procurada pelo AUTOO nesta semana, a Honda não informa, até o momento, qual será a data exata do encerramento da produção nacional do Civic. No entanto, como apuramos, é apenas uma questão de tempo.
Por isso, preparamos um especial para marcar a trajetória deste importante sedã médio e também quais são as possibilidades para o futuro do Civic aqui no Brasil:
1992 – Início como importado
Em 1990, o então presidente do Brasil, Fernando Collor, autorizou a volta da importação de carros ao país. Com isso, diversas marcas passaram a atuar no mercado brasileiro, inaugurando uma nova etapa da história automotiva. A Honda foi uma dessas empresas, que passou a trazer o Civic para o Brasil em 1992.
À época, o modelo estava em sua quinta geração, que estreou um ano antes, e trazia linhas modernas e elegantes, com traços mais arredondados que os da quarta geração.
Vindo dos Estados Unidos, o Civic era vendido na carroceria sedã e com duas opções de motores: 1.5 (92 cv) e 1.6 (125 cv). Em 1994, os modelos hatch e cupê passaram a ser importados também. Um ano depois, foi a vez do targa CR-X desembarcar no país. Ele dividia o motor 1.6 VTEC de 160 cv com o Civic hatch VTi, sendo que ambos são cobiçados até os dias atuais.
Para 1996, a Honda preparou uma nova geração do Civic. Ele seguia como importado e nas mesmas carrocerias da quinta geração. Enquanto isso, a Honda trabalhava na construção de sua fábrica em Sumaré, no interior de São Paulo.
1997 – Início da produção nacional
O Honda Civic se naturalizou brasileiro em 1997, com a inauguração da fábrica de Sumaré. Porém, apenas a carroceria sedã foi escolhida para ser fabricada no país.
Ele tinha duas configurações diferentes do motor 1.6. A menos potente tinha 106 cv, enquanto que a VTEC só estava disponível na versão mais completa e rendia 127 cv.
Quatro anos depois, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, a Honda apresentava a sétima geração do Civic, que havia estreado há pouco tempo no exterior. A produção seguia em Sumaré, mas o motor passava a ser um 1.7 de 115 cv ou 130 cv (VTEC).
Com vendas em alta, o Civic conseguiu ser líder do segmento entre 2001 e 2002, quando o Toyota Corolla de nova geração (chamada popularmente de "Brad Pitt" em referência ao garoto-propaganda) foi lançada e passava a se consolidar como o líder do segmento por aqui.
2006 – Restart
O ano de 2006 marcou o início das vendas de um dos maiores sucessos da Honda no Brasil. A oitava geração do sedã ganhava o nome New Civic e trazia um visual futurista e mais esportivo, se tornando um sucesso imediato. Seu comercial de lançamento dizia que o modelo causaria um “restart” (ou recomeço) no segmento. E de fato isso aconteceu, já que a oitava geração do Civic foi um tremendo sucesso.
Porém, o auge do modelo foi alcançado em 2007, quando o Civic Si nacional foi apresentado. Ele usava o motor 2.0 VTEC de 192 cv e se tornou um clássico instantâneo, sendo uma das versões mais cobiçadas da história do modelo. Já as demais configurações do modelo utilizavam o motor 1.8 VTEC de 140 cv.
A história da oitava geração acabou em 2012, quando a nova geração foi lançada em seu lugar. Com um estilo mais discreto, não repetiu todo o sucesso de seu antecessor, além de ter perdido o Si nacional.
A versão esportiva veio apenas em 2015, mas como um cupê importado e com motor 2.4 de 206 cv. Já as versões nacionais do Civic utilizavam o propulsor 1.8 de 140 cv, com o motor 2.0 de 155 cv sendo lançado em 2013, mas sendo disponibilizado apenas nas versões mais caras do sedã.
2016 – Volta da esportividade
Maior e com visual mais esportivo, o Civic de décima geração iniciou sua trajetória em 2016. Ele manteve o motor 2.0 de 155 cv, mas a versão Touring trouxe o propulsor 1.5 turbo de 173 cv de potência. O Civic Si foi lançado em 2018, mantendo a carroceria cupê e a importação do Canadá. O motor, porém, também passou a ser turbo, sendo o mesmo 1.5 do modelo Touring, mas com 208 cv de potência.
Essa foi justamente a primeira versão do carro a se despedir, já que deixou de ser oferecida no começo de 2021. Já o restante da gama do Civic ainda deve seguir por mais algum tempo em produção, mas, em breve, a trajetória de produção local do sedã deve se encerrar por completo.
2021 – Futuro incerto
A nova geração do Civic já está à venda em diversos mercados, mas segue sendo uma incógnita no Brasil. O sedã não conseguia fazer frente ao Toyota Corolla, seu eterno rival, há diversos anos.
Além disso, a enxurrada de SUVs no mercado atual roubou ainda mais mercado do sedã, que se tornou mais sofisticado e caro de ser produzido a cada geração.
Contudo, ainda resta uma esperança aos fãs do modelo, uma vez que o Civic em sua mais recente geração pode ser importado ao Brasil.
O câmbio desfavorável do dólar e a alta tributação aos automóveis importados, porém, são alguns dos entraves que a nova estratégia deverá ter como desafios.
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